O presidente do Boavista diz que espera renegociar o Processo Especial de Revitalização (PER) e diz que disso depende a sobrevivência do clube. Também se mostra satisfeito pela decisão da Liga de reintegrar o clube, depois de o Conselho de Justiça ter anulado a decisão que despromoveu o Boavista em 2008, mas diz que ainda falta receber uma compensação financeira pela situação.

«O que está em causa é a sobrevivência do Boavista, reunimos com todos os credores e, explicando os motivos óbvios, conseguimos extensão do prazo de decisão do PER. Acho que já ganhámos muito terreno e é possível ter esperança de que, se tudo correr como estamos a perspetivar, num prazo de dois meses consigamos um acordo final com os credores que pode ser simpático para o Boavista», dise João Loureiro numa longa entrevista divulgada no site oficial do clube.

A situação desportiva do clube, que está na II Divisão, mudou depois de em fevereiro deste ano, e na sequência de uma decisão judicial, o Conselho de Justiça da Federação ter decidido dar provimento ao recurso do Boavista e considerar prescrito o procedimento disciplinar que tinha ditado a descida de divisão do clube por coação, num processo relacionado com o Apito Dourado. Nesse acordão o CJ não analisou os factos em causa, mas apenas a questão da prescrição. Perante esta decisão, a Liga aprovou no final da época um alargamento do campeonato para 18 clubes a partir de 2014/15, para reintegrar o Boavista. Esse alargamento depende de o clube cumprir os pressupostos financeiros.

«O principal foi reconhecerem que a nossa descida foi injusta e já estar estabelecida a forma como vamos regressar, mas falta definir a compensação a que o Boavista terá direito, que será importante para o clube», diz João Loureiro, garantindo que essa eventual compensação será «afetada exclusivamente à liquidação de passivo».