Bruno Saraiva, treinador do Olhanense, depois do empate com o Marítimo (0-0) que permitiu à equipa algarvia assegurar a permanência no escalão principal do futebol português:

- Não foi um jogo assim tão sofrido quanto isso. A equipa mostrou sempre empenho, determinação, vontade, concentração e rigor defensivo e, cá fora, sentimos sempre que a equipa, com necessidade de ganhar, chegaria lá. Fiz questão de não saber os resultados dos outros jogos mas, obviamente, pelas manifestações públicas fui tendo a perceção do que estava a acontecer. Não sofri o que esperava sofrer pela atitude e vontade da equipa do Olhanense. Mostrámos qualidade na construção e os jogadores sabiam que era este o momento de apresentar os nossos argumentos. Falámos muito ao longo dos últimos dias e todos sentimos que mais ninguém queria isto - todas as questões paralelas ficaram para trás e conseguimos atingir o nosso objetivo.

[Vai continuar na próxima época?]

- Seria uma enorme falta de ética falar sobre esse assunto neste momento. Disse, na apresentação, que isto não era uma tarefa de um homem só e quem deu o contributo maior foram os jogadores. Sentimos o apoio da direção, do staff, do departamento médico, dos roupeiros. Fui tratado de uma forma fantástica e senti-me bem, de regresso à minha casa. O mais importante é dar uma palavra aos adeptos, que nos apoiaram e perceberam que era uma hora de união. Quero dedicar a vitória aos jogadores e ao presidente que, mais do que ninguém, merecia isto.

[Mas é um objetivo pessoal continuar na Liga?]

- Quero continuar a ficar ligado ao futebol. Desde que me conheço como gente que o meu mundo foi o futebol. O meu pai era treinador, desde cedo comecei a frequentar balneários e comecei jogar futebol com cinco anos. A minha paixão e o meu mundo é o futebol e vou continuar ligado ao futebol.

[Da distrital para a Liga?]

- Vocês insistem na minha passagem pelo distrital... como já disse, desde cedo que estou ligado ao futebol, já joguei e já treinei, até na I Divisão nacional de juniores. No Distrital, é mais difícil ser treinador, aqui tudo à minha volta funciona na perfeição, no distrital tenho de ser tudo, aqui sou só treinador e é bem mais fácil...