A Federação Portuguesa de Futebol promoveu nesta quinta-feira uma reunião para discutir os efeitos do «caso Zé Tó». O Sindicato de Jogadores e a Liga de clubes marcaram presença na sede do organismo, em Lisboa, mas Joaquim Evangelista não deixou de lamentar o abandono prematuro de Hermínio Loureiro.
«O presidente da Liga marcou presença no início da reunião mas tenho pena que ele tenha abandonado a mesma pouco depois. Não quero que amanhã venham dizer que o Sindicato não esteve disponível para negociar. É preciso perceber que qualquer alteração depende também da vontade política», começou por dizer o presidente do Sindicato de Jogadores, visivalmente desiludido.
Na quarta-feira, os clubes reuniram-se na sede da Liga e definiram um pacto de não agressão, comprometendo-se a não contratar jogadores que rescindam contratos sem justa causa. Por outro lado, decidiram avançar com medidas legais que visam a suspensão dos efeitos do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça.
Contudo, Joaquim Evangelista lembra que, «se o acórdão já foi publicado em Diário da República, não há nada que os clubes possam fazer para o alterar». «Este processo pode ter um impacto similar ao caso Bosman, e é preciso não esquecer que esta foi uma vitória dos jogadores, que agora podem rescindir livremente. A Liga precisa de explicar se quer dialogar ou se vai defender uniteralmente os clubes, deixando a defesa dos jogadores para o sindicato», prosseguiu.
«Por muito que os clubes não queiram, este é um grande problema para eles. É uma decisão favorável aos jogadores e cabe aos clubes dar passos para resolver esta situação», concluiu Joaquim Evangelista.
Com Hermínio Loureiro a abandonar a reunião antes do final, a directora-executiva Andreia Couto passou a representar a Liga de clubes, mas no final não houve qualquer tomada de posição por parte do organismo. A Liga esclareceu apenas que esta foi uma reunião técnica, remetendo esclarecimentos para um comunicado a publicar nos próximos dias.