Numa viagem pelos apêndices pilosos do futebol nacional, há uma paragem obrigatória: Chaves. A cidade transmontana está para os bigodes como a Suíça para os relógios, por muito que se procure, é difícil encontrar melhor. Ora falar do melhor, é falar do único, do irrepetível, do inimitável. António Borges, claro.
Portugal: um país, uma selecção...vários bigodes!
O médio chegou tarde aos grandes palcos, mas não demorou a fazer-se notar. A longa cabeleira enquadrava um bigode farfalhudo ao melhor estilo Portugal-início-dos-anos-oitenta. Fez parte do melhor Desp. Chaves ao lado de outros bigodes respeitosos como Jesus, Vivas, Raul, Jorge Plácido ou até Vermelhinho.
Nenhum deles cabe nos dez melhores, porém, ao contrário de outros dois bigodes que encheram de talento capilar o relvado do Municipal de Chaves: Radi, que chegou da Bulgária de barba e num instante cortou o excesso de pelugem, é quarto, Diamantino, o grande capitão, Tino, o Capitão da Torre, é sexto.
No segundo lugar, a morder os calcanhares a António Borges, situa-se Matias. Central de baixa estatura, impunha respeito pelo tamanho do bigode. Chamavam-lhe «a rocha» e o sentido de gravidade não era com certeza alheio ao peso da pelugem facial. Brilhou no V. Guimarães e ainda deu uma perninha no F.C. Porto.
O top-ten de bigodes no futebol mundial
Do Brasil chegou a medalha de bronze, Ricardo Rocha. O central cultivava um bigode mais estético, curto e aparado. Mas era enganador. E aí residia parte da capacidade de dobrar adversários. Pelo meio, destaque ainda para Meszaros, dono de um bigode ao melhor estilo do leste europeu, um certificado de frieza entre os postes.
«TOP-TEN» DO FUTEBOL NACIONAL
1.º António Borges (Chaves)
2.º Matias (V. Guimarães)
3.º Ricardo Rocha (Sporting)
4.º Radi Zdravkov (Chaves)
5.º Meszaros (Sporting)
6.º Diamantino (Chaves)
7.º Eduardo Luís (F.C. Porto)
8.º Mike Walsh (F.C. Porto)
9.º Paulinho Cascavel (Sporting)
10.º Chico Faria (Belenenses)