Foi Iker Casillas quem levantou o troféu da Taça do Rei depois da vitória do Real Madrid sobre o Barcelona com um golo solitário de Cristiano Ronaldo no prolongamento. Era o único troféu que faltava no currículo do capitão merengue que nunca perdeu uma final. Mais do que isso, nunca sofreu um golo em jogos que valeram títulos. As defesas aos pontapés de Messi, Iniesta e Pedro foram determinantes para o sucesso da equipa de Mourinho. Tal como no Campeonato do Mundo, Casillas voltou a chorar. Desta vez não houve imagens de beijos a Carbonero, mas o guarda-redes, além da taça, beijou a Rainha e a estátua Cibelles.

No final do jogo, o nome de Casillas ecoou nas bancadas do Mestalla. Compreensível, o guarda-redes, com grandes defesas, particularmente na segunda parte, foi uma das figuras da partida que permitiu ao Real Madrid conquistar um troféu que lhe fugia há dezoito anos. A festa prosseguiu com os holofotes em Casillas que beijou a Rainha quando recebeu o troféu e beijou a estátua Cibelles depois de lhe colocar uma bandeira de Espanha ao pescoço.

Foi o primeiro troféu que Casillas festejou como capitão, depois de ter herdado a braçadeira na sequência das saídas de Raúl e Guti no Verão passado, e era o único título que lhe faltava na sua galeria que já contava com quatro títulos de campeão de Espanha, três Supertaças, duas Ligas dos Campeões, uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental, além dos títulos europeu (2008) e mundial (2010) com a selecção.

Além disso, Casillas continua imbatível em finais. Um pormenor brilhante no seu currículo, tendo em conta que o guarda-redes já participou em duas finais da Champions, numa final de um Campeonato da Europa, numa final de um Campeonato do Mundo e, agora, na final da Taça do Rei. Na primeira Liga dos Campeões, em1999/00, o Real Madrid bateu o Valência, em Paris, por 3-0. Na segunda, em 2001/02, já com Luís Figo na equipa, Casillas não foi titular na vitória sobre o B. Leverkusen (2-1), mas rendeu César aos 68 minutos, numa altura em que já tinham sido marcados os três golos do último título europeu do clube merengue.

Pelo meio, o Real Madrid chegou por duas vezes à final da Taça do Rei, em 2002 e 2004, e perdeu nas duas ocasiões, a primeira diante do D. Corunha (1-2) e a segunda diante do Saragoça (2-3, a.p.), mas, mais uma vez, era César e não Casillas que estava na baliza. A maldição da Taça, que afastou o troféu do Santiago Bernabéu nos últimos dezoito anos, só foi agora quebrada, com Casillas, imbatível, na baliza.

Real Madrid à parte, Casillas também segue imbatível em finais com a selecção de Espanha. Venceu o Euro-2008, em Viena, sem sofrer golos diante da Alemanha (1-0) e, no Verão passado, conquistou o título Mundial, em Joanesburgo, deixando a Holanda de Snejder e Robben em branco.

As finais de Casillas

Liga dos Campeões (1999/00): Real Madrid-Valência, 3-0 (Morientes, 39m; McManaman, 67m; Raúl, 75m)

Liga dos Campeões (2001/02): Real Madrid-B. Leverkusen, 2-1 (Raúl, 8m; Zidane, 45m); (Lúcio, 14m)*

Euro-2008: Espanha-Alemanha, 1-0 (Torres, 33m)

Mundial-2010: Espanha-Holanda, 1-0 (Iniesta, 116m)

Taça do Rei (2010): Real Madrid-Barcelona, 1-0 (Cristiano Ronaldo, 102m)

*Entrou aos 68 minutos.