O Conselho Nacional de Antidopagem (CNAD) revelou na quarta-feira um acréscimo de quase 50 por cento no número de resultados positivos nos controlos antidoping realizados entre 2 de Janeiro e 18 de Outubro deste ano. Uma situação que o presidente do CNAD, José Manuel Constantino, considera preocupante e que, assume, poderá piorar até ao final do ano.
«São resultados que nos preocupam porque há um aumento exponencial no consumo de substâncias dopantes. Esperemos que estes resultados possam agitar consciências e alertar todos os agentes desportivos», disse José Manuel Constantino, em declarações ao Maisfutebol.
Os números revelados avançam com 38 casos positivos, contra os 26 relativos a todo o ano de 2003. Um registo de 10 meses contra outro de 12, portanto, e, por isso, com tendência para aumentar. O futebol e o ciclismo registaram 10 casos cada e lideram a lista. Por outro lado, a maioria dos resultados positivos é relativo a canabinoides (11) e costicosteroides (13).
Um dos casos do futebol vem referido como pertencendo a «um atleta não filiado na FPF (Federação Portuguesa de Futebol)». Questionado sobre o assunto, José Manuel Constantino não quis adiantar mais informações, como também não quis fazer comentários à possibilidade de o referido caso dizer respeito ao Euro 2004. A questão poderá eventualmente referir-se ao croata Ivica Olic, que acusou o uso de Metilprednisolona no jogo com a França, mas foi posteriormente ilibado pela UEFA (ver link).
Quanto às razões que justificam o aumento de 50 por cento nos controlos positivos, José Manuel Constantino refere «aumento exponencial do canabis» como um problema social que se estende ao desporto. Fala da necessidade em apostar na prevenção, na melhoria do controlo e na aposta nas penalizações. Diz, depois, que as organizações desportivas podiam fazer mais. «Com o meios de que dispõem, estou convencido de que as organizações desportivas podiam fazer muito mais e é desejável que a questão do doping faça parte das suas agendas», afirmou.