Cristiano Piccini recordou a pior experiência da carreira, quando há dois meses um grupo de encapuçados invadiu Alcochete. O agora jogador do Valência conta que tudo aconteceu «muito rápido» e acredita que não existiam razões que motivassem tal revolta.

«Estávamos a vestir-nos no balneário, a calçar as chuteiras para entrar em campo. De repente, começamos a ouvir gritos, insultos que não posso repetir. No balneário entraram umas 40 ou 50 pessoas, todas encapuçadas, a atirar petardos. Bateram em alguns, noutros não. Não durou nem cinco minutos, mas parecia toda uma vida», recordou Piccini em entrevista ao jornal espanhol Marca.

«A temporada não foi espetacular, mas tínhamos ganho um título, tínhamos a final da Taça na semana seguinte e estivemos bem na Europa. Perdemos com Marítimo e ficámos fora da Liga dos Campeões. Percebo que os resultados são importantes, mas comportar-se assim não é de seres humanos, mas sim de criminosos», explica.

O jogador italiano de 25 anos, que volta a Espanha depois de já ter jogado no Betis, afirmou ainda que não pensou duas vezes quando foi chamado pelo Valência. Piccini vê o regresso à Liga espanhola como uma oportunidade de evoluir no seu futebol. «Em Portugal a forma de entender o futebol do treinador Jorge Jesus era mais defensiva e ajudou-me a melhorar nesse aspecto. Claro, depois também está a parte ofensiva do lateral, que creio que nunca me faltou. Tenho que melhorar também, sobretudo nos últimos metros, mas com as ideias do treinador creio que posso dar um salto no meu futebol.»

Quanto ao Valência, Piccini deixa as suas expectativas: «Só pelo nome Valência, atrai. É um nome importante no futebol. Não duvidei por um minuto. Espero que sejamos felizes, que possamos ganhar algum titulo porque acredito que o Valência precisa e tem tudo para lutar por títulos.»