Karim Benzema não guarda rancor e admite voltar a jogar pela seleção francesa, apesar de ter sido afastado devido ao Caso Valbuena e não estar presente no Campeonato da Europa que se disputará este ano em França.

«Não há que ser rancoroso, mas sim aprender com os erros e, nestes momentos, refletir. Agora estou tranquilo e centrado. Ganhei a maior competição com o meu clube. França vai dar conta que foram injustos comigo», disse ao jornal a Marca, para justificar: «Inventou-se uma regra: não selecionável. Quando for selecionável, se me quiserem, por mim tudo bem. Gosto de futebol e de jogar com a minha seleção.»

No entanto, na mesma ocasião o jogador do Real Madrid revelou que perceber que não seria opção de Dider Deschamps no Europeu foi duro: «Foi muito complicado porque desportivamente tinha lugar na equipa, mas inventaram-se umas quantas histórias. Foi duro, claro, aceitar isso e esquecê-lo. A minha sorte foi sentir que o Real Madrid estava do meu lado. Além disso, ganhei a Liga dos Campeões e isso melhorou as coisas.»

«Já tinha acontecido no Mundial da África do Sul, mas agora foi ainda mais duro. É uma das maiores deceções que tive, sem dúvida nenhuma. Agora há que voltar a levantar-me e quero contínua para chegar o mais longe possível na minha carreira», acrescentou.

Questionado se Deschamps o deixou de fora por ser racista, como sugeriu Cantona, Benzema disse que não, revelando que considera que o seu afastamento se deve a questões políticas.

«Deschamps não é racista, mas cedeu à pressão de uma parte racista da França. Tem a ver com o facto de o partido extremista ter chegado à segunda volta das últimas eleições. Não sei por isso se foi apenas uma decisão só do Didier, porque sempre me relacionei bem com ele e com o presidente. Bom e com todos. Não tenho problemas com ninguém.»

Na mesma ocasião, Benzema falou do de Valbuena e apenas disse que «a única pessoa que sabe a verdade é ele»: «Não disse a verdade. Quis ajudar e a história voltou-se contra mim. Mas não há problema, é a vida e sei que quando fazemos algo de errado pagamos por isso. Criticam-me muito, mas se fosse má pessoa não tinha chegado onde cheguei.»