Lisandro López
1. ExplosãoÉ daqueles jogadores que pegam na bola e só param na baliza. Não que tenha o jeito de Quaresma ou Ronaldo para tirar jogadores da frente com fintas de corpo, mas porque simplesmente acredita e quer fazê-lo. Traça uma linha recta e segue-a, não se perdendo em diagonais inúteis, até fazer o golo. A sua entrada no onze - depois de Alan e Tarik não terem provado merecer o lugar - deu maior poder de fogo ao ataque portista, sobretudo depois da lesão de Adriano. Tem um remate fácil e está como peixe na água sobre um dos flancos. Não dá uma bola por perdida e é preciso atenção redobrada para o marcar. Lembram-se do Hamburgo?
2. ObjectividadeSim. Objectivo 1: a baliza. Objectivo 2: a baliza. Parta de qualquer ponto imaginário, a chegada está sempre no mesmo local. Beneficia de espaços que, por vezes, os avançados-centro não têm por estar sob dupla vigilância e aproveita o espaço entre a linha e o eixo para fazer alguns golos por temporada. Começou bem a última época, mas depois apagou-se, incompreendido, no banco de suplentes. Desta vez, teve de reconquistar o seu espaço, que não tomou como garantido, e, tal como faz quando remata, não pediu licença para o tornar dele. Promete.
3. Constância Esse é o seu maior desafio. Está em melhor forma hoje que ontem e amanhã poderá ainda fazer melhor. É o resultado da subida de confiança, depois de três jogos (bis ao Hamburgo, um golo ao Beira Mar), e de ser aposta sucessiva de Jesualdo Ferreira nos últimos encontros. Tendo em conta que do outro lado está uma defesa ainda com uniões ainda por solidificar, com um golo sofrido em média por jogo, o argentino pode ser faca em manteiga. Até porque - sim, eu sei que já disse - não se faz rogado.
Nuno Gomes
1. História. Depois de César Brito, houve Nuno Gomes. Na antecâmara do clássico, poucos esqueceram os dois golos apontados pelo avançado do Benfica no Dragão. Nuno Gomes descobriu o caminho para a baliza portista e, agora, os adeptos esperam que seja mais fácil para o internacional português descobrir o seu próprio rasto. Outro dado permite a Nuno Gomes encarar o embate com o F.C. Porto com confiança. Saiu vencedor do último duelo particular com Bruno Alves, defesa que se descontrolou e acabou por ser expulso na recta final do encontro.
2. Bendito espaço. Nuno Gomes passou grande parte da carreira a jogar em cunha, entre os centrais adversários, mas não raras vezes percebeu-se que a presença de outro ponta-de-lança no onze é benéfica para as características do seu futebol. Com Miccoli, sentiu o apoio necessário para evitar perder-se entre a muralha adversária e beneficiar de liberdade para fugir da sua posição e participar na fase inicial das jogadas ofensivas da sua equipa. Se Fernando Santos apostar em Kikin Fonseca para substituir o italiano, Nuno Gomes poderá potenciar o seu jogo, fugindo para as costas do mexicano e aproveitando o distanciamento posicional entre o médio mais defensivo dos dragões (Raul Meireles) e o central que não estará na marcação a Kikin(Pepe).
3. Missão de responsabilidade. No Benfica e, sobretudo, na Selecção Nacional (com a despedida de Pauleta), Nuno Gomes tem alargado a sua dose de responsabilidade, entrando na barreira dos 30 anos como a principal referência entre os pontas-de-lança disponíveis para representar as cores nacionais. Nesse capítulo, apesar de ter sido não raras vezes ultrapassado na corrida, leva vantagem sobre o adversário de circunstância, Hélder Postiga, o próximo nome da hierarquia. No Benfica, a par de Quim e Petit, será o elemento mais experiente a subir ao relvado do Estádio do Dragão, procurando ajudar os mais novos ou menos preparados para enfrentar um ambiente totalmente adverso.