É o sector mais resistente às sucessivas mudanças. O meio-campo do F.C. Porto continua a ser o ponto de maior equilíbrio na equipa, onde Victor Fernández dá sinais de se manter fiel ao esboço já delineado por José Mourinho. O treinador espanhol serviu-se da estrutura anterior, apostou forte na experiência de Costinha, reconheceu a inegável qualidade de Maniche e serviu-se de Diego para ser o estratega que Deco tão bem sabia desempenhar. Este trio actuou mais do que os outros, em sete desafios, sendo o rosto do meio-campo do técnico espanhol. Rendeu sete golos, 31 por cento dos golos da equipa.
Mas há uns que são mais sagrados do que outros. Costinha é o jogador de campo com mais minutos nas pernas (1246) e só falhou três jogos porque tinha fortes motivos para isso: estava lesionado. Nesses desafios, o técnico apostou em Bosingwa para actuar à frente da defesa, um jogador muito multifacetado. Também foi segundo trinco em quatro encontros, para além de ser o substituto de Seitaridis quando o grego estava no departamento médico. Outro multifacetado foi Carlos Alberto: três jogos a titular como extremo direito, um ao lado de Diego e outro como a única unidade criativa, num jogo em que o F.C. Porto empatou com o Estoril (2-2) e o brasileiro foi substituído, por Derlei, aos 55 minutos. Era o princípio do fim.
Apesar da elasticidade de Bosingwa é gritante a preponderância de Maniche, um jogador que até já actuou como número dez frente ao Boavista. Três golos, quatro pontos oferecidos ao F.C. Porto, sendo que nos três últimos jogos, sem ele, a vitória passou ao lado. Em cinco jogos, Victor Fernández preferiu colocar quatro unidades no meio-campo, uma mais recuada, as outras mais avançadas, a fazer jus aos 4x4x2 losango que foi uma imagem de marca dos azuis e brancos na excelente carreira da edição anterior da Liga dos Campeões. Houve ainda tempo para experimentar o sistema que Del Neri queria implementar com dois médios centros e dois extremos, mas o empate contra o Rio Ave (1-1) parece ter deixado cair a tendência. Sobram onze jogos com três médios tradicionais.
As nove combinações no meio-campo
1º Costinha, Maniche e Diego (U. Leiria, Sp. Braga, V. Guimarães, Belenenses, Benfica, Sporting e G. Vicente)
2º Costinha, Hugo Leal, Carlos Alberto e Maniche (Estoril)
3º Bosingwa, Maniche e Diego (Penafiel, Nacional e Moreirense)
4º Costinha, Bosingwa e Maniche (Boavista)
5º Costinha, Bosingwa, Diego e Maniche (V. Setúbal)
6º Costinha, Bosingwa, Diego e Carlos Alberto (Beira Mar)
7º Costinha, Bosingwa, Diego e César Peixoto (Marítimo)
8º Costinha, Bosingwa, Quaresma e César Peixoto (Rio Ave)
9º Costinha, Paulo Machado, Diego e Léo Lima (Académica)