De 25 de Janeiro de 2004 para o dia de hoje muita coisa mudou no Benfica. Com a recente saída de Ricardo Rocha ficaram reduzidos a sete os jogadores que viveram a fatídica perda de Miklos Fehér e que continuam a jogar no clube da Luz. Quim, Moreira, Luisão, Petit, Simão, Nuno Gomes e Mantorras. São estes os resistentes. No momento de recordar para o companheiro húngaro o actual capitão não hesitou: «A alegria dele. O sorriso. Ele era introvertido, mas tinha as suas brincadeiras. Aquele sorriso é marcante e era o sorriso que ele tinha diariamente em algumas brincadeiras. Também me lembro da maneira como ele festejava os golos, mas aquele sorriso é marcante.»
Aquando da morte de Miklos muito se falou sobre as causas que terão levado o internacional húngaro a cair desamparado no relvado do Estádio D. Afonso Henriques. Três anos depois muito continua por compreender. No que a exames médicos diz respeito pouco mudou.
«Nós como profissionais temos de fazer todos os exames possíveis e sempre os fizemos. Desde a minha chegada aqui ao Benfica, e até hoje, sempre foram feitos todos os exames possíveis e o Miki também os fez. Depois de ter acontecido aquilo continuámos a fazer os mesmos porque eram os mais importantes. Não houve alteração nenhuma», afirmou Simão quando questionado pelo Maisfutebol e pela TVI sobre este assunto.
Nos dias seguintes à morte de Miklos Fehér o medo pairou sobre os jogadores. Sem respostas concretas para as dúvidas que se apoderavam, os pensamentos de passar por uma situação fatídica como a do avançado não foi indiferente. Três anos depois da morte do eterno camisola 29, no Benfica já não se trabalha com medo.
«Naquela altura lembrei-me que me poderia ter acontecido a mim, pelo facto de sermos da mesma idade e de termos a mesma profissão, mas esse medo vai passando. No início foi complicado. Tínhamos medo, mas depois tudo acaba por passar, mas não nos conseguimos esquecer do Fehér», admitiu Simão.