O Manchester United bateu o Chelsea por 3-0 em Old Trafford e reduziu a diferença para o Liverpool para apenas cinco pontos, ficando a depender de si próprio para chegar ao topo da classificação, uma vez que conta ainda com dois jogos em atraso. Em pior situação fica a equipa de Scolari, a quatro pontos do líder, sem margem de manobra para reduzir a diferença e acompanhar os rivais na luta pelo título. Um triunfo que ficou claramente assente nas opções de Alex Ferguson sobre as do seu homólogo brasieliro e que contou com um espectador «especial» nas bancadas: José Mourinho.
Um prémio para a objectividade e eficácia da equipa de Old Trafford que deixou o adversário dominar grande parte do jogo, ter mais bola, mas sem nunca oferecer espaços para finalizar junto à baliza de Van der Sar. Os visitantes entraram melhor no jogo, com Mikel, Ballack, Lampard e Deco a mandarem no meio-campo, mas a verdade é que as melhores oportunidades pertenciam ao United que não precisava de muito tempo para fazer chegar perigo à baliza de Petr Cech.
À passagem do minuto vinte, o United reclamou por uma grande penalidade, depois de um cruzamento de Cristiano Ronaldo da direita travado por uma mão de Ashley Cole sobre a linha da área. O árbitro concedeu apenas um livre que Ryan Giggs tentou converter, em jeito, mas sem sucesso. No lance seguinte, falta sobre Rooney e a possibilidade de Ronaldo visar a baliza de Cech, ao seu estilo, mas também sem sucesso. O United respondia em lances de bola parada. Nova falta de Bosingwa sobre Rooney, novo livre de Giggs e sururu na área entre Ronaldo e Ricardo Carvalho a resultar num amarelo para cada um.
Mas no jogo corrido mandava o Chelsea, com mais bola e uma melhor colocação em campo. O United tentava explorar o contra-ataque e Berbatov chegou a ter o golo nos pés depois de uma assistência preciosa de Rooney, mas o búlgaro não conseguiu enganar Cech. A polémica regressou já perto do intervalo, quando Ronaldo marcou de cabeça na sequência de um canto de Rooney, mas o árbitro mandou repetir por considerar que o avançado inglês não tinha colocado a bola no sítio certo. Na repetição, Park desviou de cabeça no coração da área e Vidic surgiu destacado junto ao segundo poste para abrir o marcador.
Scolari arrisca e perde
O United ia para o intervalo em vantagem, numa primeira parte, aparentemente, dominada pelo Chelsea. Scolari não perdeu tempo e prescindiu de Deco para lançar Anelka. O Chelsea lançou-se de cabeça para a frente e acabou por pagar caro por isso. Num rápido contra-ataque, a ter início nos pés de Ronaldo, Evra fugiu pela esquerda e cruzou para a área. Berbatov fez um primeiro desvio de cabeça e Rooney, pressionado por Ashley Cole, atirou a contar. Segundo castigo para o Chelsea e ponto final no jogo.
A partir daqui, o Chelsea perdeu a consistência no meio-campo e o United passou a dominar a seu belo-prazer. As oportunidades sucederam-se na baliza de Cech, já com o Chelsea de braços caídos, e o terceiro golo surgiu a três minutos do final, num livre de Ronaldo, sobre a esquerda, que Berbatov desviou para as redes perante a passividade da defesa do Chelsea.
José Mourinho foi «apanhado» pelos fotógrafos nas bancadas de Old Trafford com um grande sorriso nos lábios.
As equipas apresentaram as seguintes formações:
MANCHESTER UNITED: Van der Sar; Neville, Vidic, Evans e Evra (O¿Shea, 66m); Cristiano Ronaldo, Fletcher, Giggs (Carrick, 79m) e Park; Berbatov e Rooney.
Suplentes: Kuszczak, Anderson, Scholes, Welbeck e Tevez.
CHELSEA: Cech; Bosingwa (Belletti, 64m), Ricardo Carvalho, Terry e Ashley Cole; Mikel, Lampard, Ballack e Deco (Anelka, 46m); Joe Cole (Di Santo, 85m) e Drogba.
Sublentes: Cudicini, Ivanovic, Paulo Ferreira e Kalou.
Resultados deste domingo:
Wigan Athletic-Tottenham, 1-0
(Figueroa, 90m)
Manchester United-Chelsea, 3-0
(Vidic, 45m; Rooney, 62m; Berbatov, 87m)