Alex Ferguson diz que Cristiano Ronaldo foi «o jogador mais dotado» que treinou, e confirma que recusou deixar o português sair para o Real Madrid em 2008. Na sua auto-biografia, apresentada nesta terça-feira, o antigo treinador do Manchester United também assume que via Carlos Queiroz como o seu sucessor natural.

No livro, que foi agora apresentado mas só estará nas bancas na quinta-feira, Ferguson explica que se recusou negociar Cristiano Ronaldo com o então presidente do Real Madrid, Ramon Calderon, pela forma como o dirigente apregoou o interesse do clube em contratar CR, e do jogador em rumar a Madrid. «Fui à casa do Carlos (Queiroz) em Portugal e encontrei o rapaz cheio de pressa para ir para o Real Madrid. Disse-lhe: «Não podes ir este ano, não depois da forma como o Calderon abordou o assunto. Sei que queres ir para o Real Madrid, mas preferia dar-te um tiro a vender-te àquele tipo agora.»

Para Carlos Queiroz, que ainda hoje revelou numa entrevista ao «Record» que declinou a oportunidade de suceder a Ferguson, Sir Alex só tem elogios.

«Tinha a maior parte das qualidades para ser treinador do Manchester United. Podia ser um homem emocional. Mas de todos os que trabalharam ao meu lado ele foi o melhor, sem dúvida. Era totalmente direto. Era bom para mim. Era um Rotweiler. Entrava no meu gabinete e dizia-me que precisávamos de fazer alguma coisa.»

Naquela que é a sua segunda auto-biografia e pretende relatar os últimos 14 dos 26 anos que viveu como treinador do Manchester United, Ferguson conta ainda a história da bota atirada a David Beckham e diz que, nessa altura, o jogador inglês «achava que era maior que o treinador». Também revela que Wayne Rooney disse-lhe em 2010 que o United devia ter contratado Mesut Ozil, numa das primeiras conversas em que a saída do jogador esteve sobre a mesa.