Treze anos. Gama está há 13 anos no Rio Ave, um caso de longevidade rara no futebol português. Formou-se no Sp. Braga e saltou para Vila do Conde, em 1992/93, onde tem no currículo duas subidas ao escalão principal e uma descida, no final da época 1999/00. «O momento mais infeliz da minha carreira», como o próprio sublinhou ao Maisfutebol. Colega de Carlos Brito quando este era uma das referências da linha defensiva, o experiente avançado, de 34 anos, teve várias oportunidades para sair, mas rejeitou-as: «Primeiro, sempre fui bem tratado aqui. Gosto das pessoas e da cidade. Gosto muito do ambiente familiar e este clube é uma família. Não saí porque não quis, apesar da carta de transferências, que existia antigamente, me ter prejudicado».
Por momentos, recua-se no tempo. No horizonte esteve a hipótese de ir para o Vasco da Gama (exactamente, o Vasco da Gama, do Brasil). Mas não passou disso. «O Abel Braga quando chegou ao Vasco da Gama pensou em contratar-me, porque tinha sido meu treinador no Rio Ave, mas a transferência não se concretizou». No ar evaporou-se outra possibilidade de ir para o estrangeiro. «Houve uma época em que estive perto do futebol italiano, mas o negócio não se concretizou. Nunca tive empresário e isso, se calhar, dificultou a minha saída». Não se lamenta. «Houve também a hipótese de jogar num bom clube português, não vou dizer o nome, mas não fui para lá porque estava lesionado. Hoje dizem que fui pouco ambicioso, mas não é verdade».
Agora, Gama já não pensa no que ficou para trás. Olha para o futuro, tirou o curso de treinador de terceiro nível e espera «ficar ligado ao futebol quando terminar a carreira», apesar de estar no seu horizonte fazer mais uma temporada ao serviço do Rio Ave. Nem o facto de completar 35 anos, a 26 de Janeiro, o inibe de pendurar as chuteiras; ou o facto de estar em final de contrato o faz esmorecer de perseguir os seus objectivos. «Ainda tenho condições para continuar a jogar futebol por mais uma época. Gostava de terminar a carreira no Rio Ave, pois não queria vestir outra camisola sem ser esta». Um caso de amor, sem dúvida...