Uma estranha repetição da história. Tal como na eliminatória anterior, o Gil Vicente recebeu um adversário teoricamente muito mais fraco, mas tal como havia acontecido nessa altura, acusou imensas dificuldades de passar, tendo ganho por um minimalista 1-0, exactamente o mesmo resultado do encontro da ronda anterior. Depois do Barreirense, a Oliveirense foi um conjunto-surpresa em Barcelos: fez um jogo descomplexado, aberto, virado para o ataque. Merecia ter chegado bem mais longe - pelo menos ao prolongamento. 

Já se temia que a partida não fosse, propriamente, muito estimulante. O relvado estava em péssimo estado, apesar de hoje não ter chovido, e esta época de festas dá aso a paragens pouco aconselháveis. Mas pouca gente esperaria que o Gil Vicente surgisse tão frágil, tão desarticulado, tão inconsequente. Para quem tinha a obrigação de ganhar... confortavelmente, os gilistas fizeram pouco, muito pouco mesmo e podem dar-se por muito satisfeitos por terem garantido a passagem em apenas 90 minutos. 

A primeira fase do jogo até anunciava um domínio gilista um pouco mais intenso. É certo que as dificuldades dos da casa em criar perigo sempre estiveram à vista, mas durante a primeira meia-hora é um facto que a equipa de Barcelos mandou no jogo. Controlou a posse de bola, empurrou os visitantes para o seu meio-campo, mas... pouco mais. Cedo se percebeu que faltava um clique para que o Gil tivesse uma tarde descansada.  

Ainda assim, esse ascendente chegou para que o Gil apontasse, sem escândalo, o primeiro (e único) golo do jogo, aos 21 minutos. O cabeceamento certeiro de Casquilha parecia, na altura, constituir o início de uma goleada. Longe estavam os gilistas de imaginar que se trataria do único tento do encontro. 

As vantagens de não ter responsabilidades 

Pouco depois do golo gilista, uma nova tendência começou a impor-se no encontro. Com um misto de crença e desinibição, a Oliveirense foi subindo no terreno, esboçando sinais de reacção. Até ao intervalo, eles não foram muito intensos: traduziram-se em duas ou três tentativas de ataque. 

Mas a vontade estava bem à mostra. E os primeiros minutos do segundo tempo foram claros, ao mostrar que quem iria criar mais perigo até ao final do jogo iria ser a equipa visitada. Baralhado, o Gil não sabia como reagir: a vantagem magra aconselhava-o a aumentar as cautelas, mas a condição de mais forte obrigava-o a não assumir uma estratégia de contenção.  

E as consequências podia ter sido fatais para os gilistas. Filipe Cardoso, Conceição e companhia aumentavam as jogadas de perigo, carregavam a pressão sobre os defesas contrários e estiveram perto, muito perto mesmo de chegar ao golo. Foi assim até ao último apito de Isidoro Rodrigues. Luís Campos ainda tentou reanimar o seu ataque, lançando Paulo César e Nuno Assis, mas nem assim as coisas mudaram. Ao contrário do que o resultado pode indiciar, os jogadores da Oliveirens chegaram ao fim frustrados e os gilistas aliviados: é que o prolongamento esteve mesmo para acontecer...