As coisas são ainda mais complicadas que isso. O médio parte aliás para a última jornada mergulhado num turbilhão de emoções. Quer que o F.C. Porto seja campeão e para isso sofre por uma vitória dos azuis e brancos frente ao clube que representa actualmente, a Académica. Por isso mesmo já manifestou vontade de não participar nesse jogo. «O futebol é assim», considera. «Mas julgo que seria muito mais difícil se a Académica não tivesse já a permanência assegurada e precisasse do resultado deste último jogo».
Assim tudo fica ligeiramente, mas apenas ligeiramente, mais simples. «Como as coisas estão, torna-se mais fácil lidar com tudo isto», diz. «Não quero ir contra os meus companheiros da Académica, nem espero que eles me levem a mal, mas espero que ganhe o melhor e que o melhor seja o F.C. Porto». Por muito que lhe custe admiti-lo publicamente. Mas são palavras que se soltam do fundo do coração. «É sempre muito ingrato dizer isto, mas da forma como as coisas estão é o que sinto».
A última pergunta colocou-lhe a dúvida de se saber como lida com o facto do adversário portista na corrida pelo título ser precisamente o Benfica, o clube onde cresceu para o futebol. «Isso não mexe nada comigo», sublinha. «Depois de tudo o que passei nos últimos anos de Benfica, não mexe nada comigo. Aliás, gostava que o F.C. Porto fosse campeão, mas se não for, que seja o melhor. Se a luta fosse por exemplo entre o Benfica e o Sporting eu manter-me-ia distante. Tenho amigos nos dois lados e ser-me ia indiferente».
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