Os seleccionadores britânicos mostram-se preocupados com a falta de jovens talentos no Reino Unido e culpam a aposta em estrangeiros, mas também os jogos de computador e consolas.
«Quando crescemos não tínhamos PlayStation, ou PS2, ou televisão 24 horas por dias. Se o meu filho jogasse tanto tempo futebol como o que passa na PlayStation, seria um jogador melhor, é um facto incontornável», constatou Lawrie Sanchez, treinador da Irlanda do Norte, durante um encontro numa escola com os outros seleccionadores, citado pela Reuters.
«Na Escócia, os miúdos das classes trabalhadores eram criados para jogar futebol. Jogavam 20 ou 30 horas por semanas de futebol livre. E numa geração isso foi encurtado para cerca de 30 horas», constata por sua vez Walter Smith, da Escócia.
Steve McClaren, o seleccionador inglês, salienta a pressão a que os clubes estão sujeitos e não lhes deixa tempo para investir na formação: «Talvez os clubes e os treinadores gostassem de tempo para formar jovens, mas a pressão pelo sucesso, por evitar a despromoção, por chegar à Europa, todas as expectativas, significa que a pressão não é para produzir os nossos próprios talentos, mas para importar directamente a qualidade.»