Delcir Sonda, empresário brasileiro associado à DIS, fundo que detinha 40 por cento do passe de Neymar, fez graves acusações ao jogador do Barcelona, ao clube catalão e sobretudo ao pai do atleta, que apelida de oportunista.

O empresário brasileiro falou em entrevista ao As, de Madrid.

Nessa entrevista, recordou que entrou na carreira de Neymar quando o jogador pediu uma fortuna para renovar com o Santos, e o Santos não tinha esse dinheiro para segurar a jovem promessa.«Ele ainda não tinha jogado um minuto com a equipa profissional, nem sequer era profissional. Então nós pagamos dois milhões de euros a Neymar. Isso significava que ele ia ganhar o correspondente a 18 anos de carreira com o salário que recebia na altura. Independente de ele se lesionador, de deixar o futebol ou de não não chegar ao topo por más companhias, nós pagávamos logo dois milhões de euros», recorda.

«Atravessámo-nos com isso e ficámos com 40 por cento do passe. A partir de então, comecei a olhar para ele como se fosse um filho. Tomei conta da família dele, para que não lhe faltasse nada. Estavam sempre em minha casa, tinham um camarote no meu barco, iam aos churrascos que fazia na minha quinta, paguei-lhes férias em Londres e Jerusalém para que conhecessem o mundo e até coloquei duas pessoas a cuidar deles.»

Depois, adianta Delcir Sonda, vieram os problemas. Exatamente quando começaram a surgir propostas do estrangeiro.

«Quebrou-me o coração que Neymar diga que não me conhece. Como pode dizer isso? Para mim só há uma explicação: a influência do pai. Desde o início, o pai exerceu uma má influência sobre ele. O pai de Neymar é, como dizemos no Brasil, um vagabundo. Um pedreiro que graças ao seu filho enriqueceu da noite para o dia. A avareza daquele homem vai levá-lo por maus caminhos. Desde o início que se aproveitou de Neymar», revelou.

«Por exemplo, o Neymar assinava muitos contratos de publicidade e só recebia metade do pagamento, mas nem ligava a isso. Era o pai quem tratava de tudo. Ele só descobriu isso um dia, quando fez um anúncio à Gilette com o Ganso, que era seu amigo. Mais tarde, em conversa, descobriu que o Ganso tinha recebido mais do que ele. Veio perguntar-me como era possível e então descobrimos que o pai dele ficava com metade. Fazia isso em todos os contratos. Na altura, o Neymar distanciou-se um pouco do pai, mas vejo agora estão novamente próximos.»

Ora uma das partes mais interessantes da entrevista surge quando Delcir Sonda revela que Neymar teve tudo certo com o Real Madrid, mas acabou por mudar-se para o Barcelona porque, adianta, Sandro Rosell subornou o pai do atleta.

«A última vez que falei com o pai de Neymar foi quando ele veio até mim com Wagner Ribeiro para tentar comprar a nossa percentagem do passe de Neymar por cinco milhões. Isso fez-me suspeitar de que já havia um clube interessado», referiu.

«Esse clube era o Real Madrid, que foi o primeiro a interessar-ser por Neymar. E Neymar disse que sim. Ele até realizou os exames médicos numa clínica de um amigo meu. O Real Madrid estava disposto a pagar a cláusula de 65 milhões, e até mais dez milhões. Mas ele não acabou no Real Madrid porque Sandro Rosell, para ser claro, subornou o pai de Neymar. Foi um crime de corrupção. Primeiro deu-lhe 10 milhões de euros, que justificou como um "empréstimo", e depois no julgamento negou tudo, dizendo que o Barça era um clube de futebol e não o Banco Santander.»

Delcir Sonda diz que o negócio se fez então com o Barcelona e que Neymar chegou a defrontar o Barça pelo Santos, na finald o Mundial de Clubes, sendo já jogador e cobrando dinheiro ao clube catalão.

Por tudo isso, o homem forte do Grupo Sonda colocou o Barcelona e Neymar em tribunal, para ser ressarcido pelos 40 por cento que detinha do passe no valor global da transferência, e não nos 17 milhões que Neymar e o Barcelona declararam ao Fisco.