Fim de festa, com o espectáculo de pirotecnia a a dominar atenções. Curiosamente, o fogo estava instalado no novo recinto. «Até à vista Luz», pôde ler-se nos ecrãs que transmitiram o espectáculo.

Já com as luzes acesas, acontece a debandada ds adeptos. Mas não vão de mãos vazias: quem pode (e são muitos), apanha um bocado de relva e, claro, uma cadeira.

Carlos Guilherme canta o «verdadeiro» hino encarnado. «ser benfiquista», originalmente interpretado por Luís Piçarra.

E não só Carlos Guilherme, já que o público se deixa contagiar e canta em coro, acompanhando com palmas.

Os UHF já terminaram a sua actuação, são 2.25 da manhã. Já falta pouco para o final de festa, que terminará com uma surpresa, a apresentação da Águia de Fénix, e com fogo-de-artifício. No Pavilhão da Luz, a festa musical é até de manhã.

Ao som de «Menina estás à janela», há já algumas pessoas que abandonam o relvado. Há resistentes, ainda bastantes, na zona frontal ao palco.

Já estão em palco os UHF, que também têm uma canção dedicada ao Benfica. A banda toca «Sou Benfica».

O jogador português continua no assunto do regresso à Luz e tenta esclarecer a questão do dinheiro. «Faz-se confusão quando se diz que é muito dinheiro. Quando se fala em dinheiro é da transferência», diz, repetindo o desejo de voltar um dia ao Benfica.

Rui Costa agradece a preferência com uma pergunta: «Alguma vez na vida eu não queria voltar ao Benfica?» Nova ovação, claro. O animador refere que já há notas a voar em direcção ao palco...

O animador resolve colocar perguntas ao público, enquanto Rui Costa está em linha. Os adeptos recusam sucessivamente as eventuais contratações de Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Inzaghi. Rui Costa é o eleito.

Um dos melhores momentos na Luz, recorda Rui Costa, foi o penalty que decidiu o Mundial de juniores de 91 a favor de Portugal, frente ao Brasil. «Não foi só esse momento, para jamais esquecer, mas toda a competição. Dedicámos o título a todo o país», recorda.

Nova ovação, quando o animador lembra que Rui Costa foi o único jogador no mundoc aplaudido quando marcou um golo na Luz contra o Benfica, com a camisola da Fiorentina.

O estádio mantém-se em silêncio enquanto Rui Costa recorda que a primeira vez que pisou a Luz foi como apanha bolas e evoca as muitas alegrias que aqui viveu.

Entra agora Rui Costa em directo, para uma ovação, seguida de outra, quando revela que o Milan ganhou este sábado à Juventus.

Nova peça audiovisual evocando golos e momentos grandes da história do Benfica.

Humberto Coelho arrancou uma ovação do estádio quando evocou um golo marcado ao F.C. Porto que colocou nas suas melhores recordações.

Daniela Mercury já se despediu, depois de um «encore» com vestido vermelho. É 1h10m, seguem-se mais ligações em directo a figuras ligadas ao Benfica. Agora é Humberto Coelho, a partir da Coreia, há-de seguir-se Toni, da China, e Rui Costa, de Itália, surpresa que o animador já desvendou.

A noite da Luz continua com Daniela Mercury em palco, para hora e meia de concerto.

No exterior do estádio há bastante movimento. Continua aberta a loja do Benfica, também o «stand» Foto-Adepto, barracas de comes e bebes e algumas tendas das Casas do Benfica, as mais resistentes.

Houve confusão junto ao palco, num desentendimento aparentemente entre membros de claques diferentes do Benfica. Abriu-se uma clareira, os que não estavam envolvidos afastaram-se, os ânimos acabaram por serenar.

Mais momentos mortos na festa, para impaciência dos adeptos. É apresentada a nova Superáguia, os Diabos Vermelhos sobem ao palco para cantar uma música, Eriksson entra ao telefone de Inglaterra, mas não corre muito bem e mal se percebe o que diz.

Luís Filipe Vieira discursa prometendo que no novo estádio se irá «reviver as glórias do passado». O público começa a cantar o nome de Rui Costa e o apresentador pergunta se o jogador do Milan virá ou não virá para o Benfica. «Se todos os benfiquistas vierem atrás, poderá ser uma realidade.» A música continua com os Dazzling Dizzy.

Ainda com as Taças e os campeões em palco, sobe ao palanque Luís Filipe Vieira, presidente da SAD do Benfica.

O Benfica anunciou entretanto a receita da festa, que valeu 750 mil euros, 150 mil contos.

Cruz, José Augusto e Mário Coluna sobem ao palco com as duas Taças dos Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica, debaixo dos aplausos e dos cânticos dos adeptos.

Prossegue o programa da festa com 45 minutos de atraso. Depois de Gonzo, uma pequena peça sobre os presidentes do Estádio da Luz, começando em Ferreira Bogalho, aplaudido, até Manuel Damásio, assobiado, saltando Vale e Azevedo, olimpicamente eclipsado, até Manuel Vilarinho.

O programa promete agora 45 minutos de concerto de Paulo Gonzo, que já está em palco.

Moreira, guarda-redes do Benfica, sobe ao palco para desafiar o público a cantar e para pouco depois apresentar Lena D'Água e o Maestro Vitorino de Almeida, que interpretam o poema de Joaquim Pessoa chamado Seis Milhões de Vozes. Depois vem mais publicidade e mais assobios.

O público vai ficando impaciente com a demora no espectáculo, e enquanto tem de ver publicidade de refrigerantes nas telas assobia, pois claro.

Manuel Vilarinho, presidente do Benfica, discursou no palco e agradeceu aos responsáveis pelas principais conquistas do clube no passado, voltando-se depois para o futuro para apelar à união e à conjugação de esforços em torno do Benfica. Assobiado quando foi anunciado, saiu maioritariamente debaixo de aplausos.

A organização bem vai dizendo que há pedaços de relva à venda na saída do estádio, mas porquê pagar algo que pode ser obtido de graça? Muitas das pessoas que vão deixando a Luz levam cadeiras arrancadas da bancada debaixo do braço e relva arrancada em sacos de plástico.

Apagam-se as luzes do Estádio da Luz, a festa vai recomeçar, com cerca de um quarto de hora de atraso. Para começar o espectáculo no palco, haverá uma peça audiovisual de abertura.

A cinco minutos da hora prevista para o início do espectáculo, já há muita gente no relvado, embora as bancadas estejam agora bem mais despidas. Continuam a chegar pessoas, mas também há algumas a ir embora.

Houve algumas pessoas a abandonarem a Luz depois do jogo, mas há muito mais para entrar. E as bancadas continuam bem preenchidas, apesar de, sobretudo no topo norte, muitas pessoas terem trocado as cadeiras e a pedra fria pela relva - onde a princípio só podiam estar no meio-campo mais afastado do palco, só sendo aberto agora o meio-campo do lado sul.

Coluna fala no relvado da «alegria pela vitória» e da «tristeza» pelo fim do estádio da Luz. Cruz, Eusébio e Gento também estavam no relvado.

As pessoas são autorizadas a entrar no relvado, do qual só ainda foi retirado um pequeno pedaço, junto à grande área, do lado norte. As balizas também já foram, o palco foi descerrado, o espectáculo começa daqui a cerca de 45 minutos.

Os protagonistas deixam o campo, agora entra a brigada que vai tirar o relvado, para o vender aos pedaços, mais o «staff» do espectáculo. Já se monta o palco, o relvado vai sendo cortado aos bocadinhos, metodicamente.

Os jogadores do Benfica continuam no relvado, para o último adeus neste palco. Juntam-se a eles alguns dos jogadores que foram campeões europeus com a camisola encarnada, vão todos de mãos dadas saudar o Terceiro Anel.

Vitória sofrida do Benfica na despedida. Se o Santa Clara tivesse mantido na segunda parte o nível da primeira o desfecho até podia ter sido diferente, mas a equipa açoriana abrandou o ritmo e o Benfica acabou por se impor. Um final a condizer com aquela que tem sido a história recente dos «encarnados».

FINAL, 1-0, a bola deixou de rolar na Luz.

Figueiredo faz a bola passar por cima da barra na marcação de um livre.

O Santa Clara joga com perigo na área do Benfica, Pedro Henriques cabeceia a finalizar a jogada que começa num canto, mas não consegue o golo.

O Santa Clara volta a subir, desta vez o corpo de Tiago detém o remate de longe de Bruno Ribeiro.

Hélder afasta para canto, perante a oposição de João pedro na área. Na marcação, Moreira afasta o perigo, o Sanra Clara insiste, mas o Benfica acaba por sair com a bola.

Jorge Silva defende, mas só à segunda, um remate forte de Sokota.

Sokota não chega à bola num cruzamento de Simão, Jorge Silva evita que a bola chegue a Nuno Gomes, no segundo poste.

O jogo ainda não acabou, mas no exterior do estádio já há gente na fila junto às portas para a festa que se segue.

Jorge Silva defende em estilo um remate de longe e muito dirigio de Simão, na sequência de um canto apontado por Petit.

Sokota prepara-se para entrar na área com a bola, mas é desarmado por Vouzela.

Moreira afasta a bola com os punhos após um cruzamento de Portela da direita.

Substituição forçada no Benfica. Sai Argel, lesionado, entra João Manuel Pinto.

Substituição forçada no Benfica. Sai Argel, lesionado, entra João Manuel Pinto.

Substituição no Santa Clara. Sai Tucho, entra João Pedro.

Substituição no Santa Clara. Sai Tucho, entra João Pedro.

Hélder desvia a bola num remate de Tucho, a finalizar uma jogada de ataque do Santa Clara.

Simão fica caído após um choque com Vouzela e é assistido fora do campo, mas reentra.

Os adeptos do Benfica «acordaram» com o golo, agora faz-se a onda e canta-se nas bancadas.

Substituição no Santa Clara. Sai George, entra Fonseca.

Substituição no Santa Clara. Sai George, entra Fonseca.

Logo depois do golo e dos muitos «flashes» que assinalaram o momento, Geovanni quase faz o segundo, mas a bola sai ao lado.

GOLO DO BENFICA (1-0, por Simão). O jogador «encarnado» faz uma paradinha e depois remata certeiro, para a esquerda, na concretização da grande penalidade.

Cartão amarelo para Luis Vouzela.

PENALTY a favor do Benfica, a penalizar um puxão de Vouzela na camisola de Nuno Gomes.

Simão combina com Geovanni e entra com perigo para o cruzamento, mas a bola bate em Paiva.

Cartão amarelo para Armando

Outra vez o Benfica, agora Nuno Gomes cabeceia ao lado após cruzamento de Geovanni.

Grande jogada de Sokota, que aguenta a carga e entra na área. O croata acaba por dar para Nuno Gomes, mas o avançado deixa-se antecipar por Sérgio Nunes.

Miguel faz a bola passar muito perto do poste, quando Jorge Silva também se esticava para a defesa.

Vouzela volta ao campo, quando Petit marca um livre a favor do Benfica. Na área, Tiago não chega a tempo ao cabeceamento.

Vouzela afasta a bola perante a oposição de Nuno Gomes à entrada da área do Santa Clara e fica caído, sendo levado para fora do campo.

Na resposta Geovanni sobe rápido pela direita, mas Cali afasta o perigo de cabeça na sequência do cruzamento do brasileiro.

Boa defesa de Moreira a remate de Tucho, após cruzamento atrasado de George.

Sokota remata logo no primeiro minuto da segunda parte e ganha canto, mas do lance não resulta perigo.

Substituição no Benfica. Sai Zahovic, entra Sokota.

Substituição no Benfica. Sai Zahovic, entra Sokota.

Substituição no Benfica. Sai Ricardo Rocha, entra Armando.

Substituição no Benfica. Sai Ricardo Rocha, entra Armando.

Recomeça o jogo na Luz.

A equipa do Santa Clara também já subiu.

A equipa do Benfica é a primeira a regressar ao relvado.

O animador faz o seu papel, consegue arrancar uma «Hola» pouco convicta às bancadas, depois uma salva de palmas para a Luz, mas ao intervalo o ambiente não é propriamente de euforia.

Armando e Sokota estão a aquecer de calções ao intervalo, indicando que devem entrar em campo para a segunda parte.

O «speaker» recorda que depois do jogo há que «aguardar com paciência» na bancada, «uma hora ou uma hora e meia», para a festa do adeus. Entretanto será desmontado o relvado e preparado o palco para o espectáculo.

INTERVALO - O Santa Clara está longe de ser um parceiro de circunstância para a festa. O Benfica entrou rápido e pressionante em campo, mas foi só no início. Depois disso têm sido os açorianos a criar as melhores oportunidades, o Benfica joga em reacção.

Ricardo Rocha remata forte mas muito por cima, depois de uma jogada à entrada da área com Nuno Gomes.

Vai jogar-se um minuto de compensação na primeira parte.

Cartão amarelo para Paiva, por falta sobre Geovanni.

Mais um canto para o Santa Clara, cedido por Argel de cabeça, perante a oposição de George. É uma bola longa que vem da defesa do Santa Clara, lançada por Kali, que sobrevoa toda a gente e chega ao avançado. Do canto nada resulta.

Miguel sobre rápido e dá para Geovanni, na direita, mas o brasileiro não consegue evitar que a bola saia pela linha de fundo.

Há duas bolas em campo antes de um lançamento para o Benfica. Miguel acaba por escolher uma e coloca a bola na área, onde Portela afasta o perigo.

Vouzela remata de longe ao lado, depois de se movimentar à vontade no meio-campo do Benfica, em combinação com Paiva.

Jorge Silva evita o golo, numa grande defesa à melhor oportunidade do Benfica no jogo. O remate foi de Nuno Gomes, à queima, depois de um cruzamento de Simão. Geovanni ainda tenta a recarga, mas faz a bola sair ao lado.

Argel cede novo canto, agora perante a oposição de Tucho na área.

Ricardo Rocha salva no último momento, afastando para canto quando George se preparava para o remate, à boca da baliza, após um cruzamento da esquerda de Bruno Ribeiro.

Triplo remate do Benfica. Primeiro é Zahovic, após jogada com Simão, a bola bate num defesa. Sobra para Simão, mas o remate encontra de novo jogadores do Santa Clara. Por fim é Geovanni quem chuta de longe, fazendo a bola passar por cima da barra.

George sobe pela direita e cruza, mas a bola não chega a Figueiredo, do outro lado.

Hélder tira a bola a Figueiredo à entrada da área, quando Nuno Gomes está caído no chão. O jogo é interrompido, o avançado do Benfica recupera.

Vouzela afasta para canto, a colocar ponto final numa jogada rápida de contra-ataque do Benfica. Foi Miguel quem subiu e estava na área para o remate.

Agora Paiva lança Bruno Ribeiro, que reamta da esquerda. A bola bate en Argel e sai ao lado.

Jogada de combinação do Santa Clara, Tucho dá para Jorge Ribeiro, mas George ainda não estava na posição certa para responder ao cruzamento.

George isola-se e entra na área, mas Moreira segura a bola, quando o avançado do Santa Clara se preparava para o remate.

Zahovic e Argel cabeceiam na área, na sequência de um canto, mas sem perigo.

Outra vez o Santa Clara, mas agora George faz um cruzamento disparatado e não dá em nada.

Depois do impulso inicial do Benfica o Santa Clara mostra argumentos para reagir.

Grande jogada do ataque do Santa Clara. Figueiredo lança Tucho, que aguenta a carga de Ricardo Rocha e consegue o cruzamento-remate para a pequena área, onde Argel afasta de cabeça.

George não chega a tempo a um cruzamento de Pedro Henriques, que subiu na esquerda e lançou para a área.

Sérgio Nunes tenta o cabeceamento depois de um canto apontado por Tucho, a bola ainda sobre para o Santa Clara, mas o Benfica acaba por recuperá-la. Ricardo Rocha reentra em campo.

Ricardo Rocha fica caído, depois de a bola lhe ter batido no peito, quando evitava um cruzamento de Tucho para a área.

Cali afasta de cabeça na área, evitando o remate de Nuno Gomes após cruzamento de Simão da direita, a finalizar uma jogada com Geovanni.

Atraso de Hélder para Moreira coloca o Benfica em apuros. A bola sobra para George, mas bate no avançado do Santa Clara antes de este ajeitar o pé para o remate e sai ao lado.

Agora Nuno Gomes tenta o remate de fora, fazendo a bola passar ao lado, depois de uma combinação com Tiago. O Benfica pressiona nos primeiros minutos.

Jorge Silva antecipa-se e segura a bola, quando Nuno Gomes estava em excelente posição para marcar, depois de um grande vruzamento de Simão.

Miguel sobe com perigo, mas acaba por perder a bola, perante a oposição de Sérgio Nunes.

Simão apanha a bola no centro da área e remata ao lado, depois de um livre da direita apontado por Zahovic.

Moreira segura uma bola longa, grande ovação.

Começa o jogo, sai o Santa Clara

Os jogadores do Benfica traziam T-shirts brancas vestidas, já as despiram, está tudo a postos para o início.

As equipas entram em campo. Voam papelinhos e estalam foguetes, ouve-se a voz de Luis Pissarra a cantar «Ser Benfiquista», nas bancadas todos agitam bandeiras e faixas brancas.

No relvado continua a animação. Agora entrou em campo um anunciado poeta, que foi falar da catedral e da saudade e até conseguiu meter no meio da rima, que nem por isso rimava, uma embirração com a comunicação social. Já passou.

Também há quem não esperar para entrar. Mutios vieram só para dizer adeus à Luz. Como D. Leontina, de 85 anos, que foi sócia mas já não é. «Vim para recordar...», conta, sentada cá fora, a ver a agitação, explicando que já não está para se envolver na confusão lá dentro. «Depois vou ver a festa a casa», acrescenta, enquanto vai remoendo saudades e a pena por ver cair o estádio. «É mal-empregado. Está bem que o outro é novo, mas este está bom. Para que e que vão gastar tantos milhões noutro?»

Lá fora ainda há gente para entrar, emboras as bancadas estejam lotadas.

Confirma-se a alteração no onze do Benfica, com o regresso de Ricardo Rocha ao onze. No Santa Clara, que na última jornada venceu o Beira Mar, deixando assim os lugares de despromoção, Kali e Bruno Ribeiro são os substitutos de Aldo e Ceará no onze.

SANTA CLARA: Jorge Silva, Portela, Kali, Sérgio Nunes, Pedro Henriques, Luís Vouzela, Paiva, Tucho, Figueiredo «cap.», Bruno Ribeiro e George. Suplentes: Fernando, Miner, Gabor, João Pedro, Barrigana, Fonseca e Luís Soares.

BENFICA: Moreira, Miguel, Argel, Hélder, Ricardo Rocha, Petit, Tiago, Geovanni, Zahovic, Simão «cap.» e Nuno Gomes. Suplentes: Bossio, Armando, João Manuel Pinto, Andersson, Hélio Pinto, Drulovic e Sokota.

A Direcção do Santa Clara homenageia Eusébio e Fernando Chalana, com a entrega de lembranças.

O Santa Clara viajou para Lisboa sem Ceará, habitual titular. Aldo, castigado, e Leandro e Moisés, lesionados, são as outras baixas.

Para além de Carlitos, estão lesionados no Benfica Roger, Mantorras, Fehér e Cristiano.

Finalmente entra o Benfica em campo. Os encarnados estão sem Carlitos, lesionado, cujo lugar no banco será ocupado por Hélio Pinto, médio da equipa B. No onze é esperada uma alteração em relação à equipa que goleou a Académica: Ricardo Rocha regressa depois de castigo e deverá voltar ao lugar de lateral-esquerdo, relegando Armando para o banco. Tiago Carvalhinho saiu dos convocados.

Assobios para os jogadores de campo do Santa Clara, que sobem ao relvado para o aquecimento.

A festa prossegue, com a tuna do ISCTE, mas o futebol vem aí. Moreira, guarda-redes do Benfica, é o primeiro jogador a subir para o aquecimento. Logo a seguir vem Jorge Silva, do Santa Clara.

Descem cinco paraquedistas no relvado. Um deles é filho do primeiro paraquedista a aterrar no relvado do Estádio da Luz, em 1971.

São agora mencionadas todas as Casas do Benfica presentes no relvado. São mais de 100, o que provoca um exercício que envolve grande fôlego.

Hoje é o último jogo neste Estádio da Luz, as obras no novo recinto prosseguem, mesmo sendo sábado. Prosseguem é uma forma de falar, porque a maior parte dos operários assiste à festa de local privilegiado. Mas ainda há quem trabalhe, é verdade.

Não participou no jogo de há pouco, mas está na Luz, no camarote VIP. Falamos de Stefan Schwarz, defesa/médio sueco que deixou de jogar há bem pouco tempo, e que brilhou no Benfica no início dos anos 90.

O árbitro da partida, Olegário Benquerença, inspecciona as redes das balizas da Luz. Pela última vez.

«Cai um templo, mas a fé continua... A nossa luz será eterna», lê-se numa faixa no Estádio da Luz.

Os jogadores do Santa Clara sobem agora ao relvado, para um primeiro reconhecimento do palco do encontro. A mais de uma hora do início do jogo, o ambiente é já impressionante.

Os craques de antigamente deixam o relvado pela bancada, do lado sul (o que resta dela). Os adeptos presentes nessa zona distribuem abraços, cumprimentos, lágrimas.

Mantorras perdeu o jogo das antigas glórias, mas vai assistir ao dos actuais colegas, com o Santa Clara. O avançado angolano acabou de chegar ao Estádio da Luz, apoiado por muletas, acompanhado pela mulher.

As palmas continuam, à medida que o speaker anuncia as pessoas a quem vão sendo entregues lembranças: Eusébio, Espírito Santo, Mário Coluna, os treinadores Fernando Riera e John Mortimore, o campeão europeu Cruz, até Gento, que jogou muitas vezes neste relvado com a camisola do Real Madrid e se associou à festa.

Acaba o jogo das velhas glórias, debaixo de uma impressionante salva de palmas. Foi a última vez que grandes jogadores pisaram este relvado. Chalana pontuou a festa com o único golo.

A equipa do Santa Clara está agora a chegar ao Estádio da Luz, quando falta mais de hora e meia para começar o jogo. No meio da confusão e da procura de bilhetes, a entrada do adversário foi muito discreta.

Gera-se alguma confusão junto à zona das relações públicas, com sócios das Casas do Benfica que queriam entrar mas já não têm bilhete. Há protestos, a polícia já se aproximou para tentar manter a situação controlada.

Mais alterações em campo no jogo das Velhas Glórias. Algumas menos aplaudidas que outras. Pacheco foi vaiado quando entrou em campo. Mesmo em dia de festa, há saídas que não se esquecem, sobretudo se foram para o outro lado da Segunda Circular, em pleno Verão Quente.

Não vão faltar muitas caras conhecidas, ligadas ao passado benfiquista. Mas o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Santana Lopes, não estará, ao contrário do que estava previsto.

A equipa do Benfica já chegou ao Estádio, com bastante antecedência e a ovação que seria de esperar.

No final do jogo o relvado será cortado em cem mil pedaços. Cerca de 35 mil serão vendidos de imediato. Os restantes poderão ser adquiridos com a edição de domingo do jornal desportivo «Record».

As Casas do Benfica de todo o país instalaram tendas junto ao Pavilhão e aí mostram aos outros benfiquistas os produtos da sua região - Aveiro, Évora, Portimão, Sines, Palmela, Braga, Vila Nova de Famalicão e outros. Os gongos da Casa de Baião criam um ambiente festivo. As Superáguias mostram os seus dotes na dança. Tudo isto misturado com o cheiro a febras e churrascos, acompanhado pela cerveja.

Intervalo no jogo de Velhas Glórias. Vale o golo de Chalana para dar vantagem aos encarnados, não há marcador mas se houvesse assinalava 1-0. Quem não entrou ainda em campo foi Alves, que torceu o nariz lá fora, quando alguns funcionários lhe perguntavam ia jogar ou estava muito gordo. O actual treinador do E. Amadora lembrou que tinha jogo amanhã...

Faltam duas horas para começar o jogo mas, como o dia hoje é diferente, já há milhares de pessoas nas bancadas.

Duas gerações, sentimentos semelhantes. Maria de Freitas, 76 anos: «Sinto um pouco de emoção. Prefiro ver as coisas pela positiva. Acaba um estádio, começa outro para a juventude. Sou benfiquista desde sempre. É raro vir, mas nestes dias especiais venho.Nuno Caseiro, 12 anos: «Estou triste por o estádio vir abaixo, mas feliz por termos um novo. É um dia como os outros em que há grandes jogos.»

Já jogam as «Velhas glórias», uma equipa de «encarnado», a outra de preto. Reconhecem-se algumas caras, outras menos, que as barrigas também não ajudam. Ainda assim dá para ver que quem sabe não esquece. Chalana acaba de marcar um grande golo.

A fé desenvolve-se e demonstra-se não só em igrejas, mas noutros locais considerados de culto. Muitos são os que chamam «Catedral» ao estádio da Luz e como qualquer espaço «religioso» que se preze não podia faltar um sacerdote. O Padre António Abreu tem 46 anos e veio da Guarda. A batina até aos pés e o cachecol ao pescoço atraem a atenção: «Sou benfiquista e este é o último jogo neste estádio. Venho com a batina que trago sempre. Nunca perdemos um jogo quando venho com esta batina. Sou capaz de chorar na despedida, mas fico contente porque há um novo estádio. Tenho fé de que vamos ganhar.»

Após o jogo «Estrelas do passado», a festa seguirá com uma exibição de pára-quedistas. O encontro Benfica-Santa Clara começa às 17.15 horas.

Daqui a pouco começa o jogo entre as velhas glórias: Mário Coluna, Eusébio, José Augusto, Bento, Diamantino, Chalana, Veloso, Nené, José Henrique, Jaime Graça, Artur Santos, Ângelo, João Alves, Shéu, Pietra, Fernando Cruz, Bastos Lopes, Mozer, Palmeiro, Adolfo, José Rachão e outros jogadores do Sport Lisboa e Saudade. Os treinadores das equipas são: Mário Wilson, Fernando Riera, Fernando Cabrita e John Mortimore.

A maioria das pessoas não demonstra tristeza perante a demolição do estádio. O sentimento geral é o de que se está a fazer história e todos querem assistir a este momento.

As portas do estádio já foram abertas, de forma a extinguir as gigantescas filas que se formaram nas entradas. Torna-se difícil circular no recinto junto ao estádio, tal é a multidão que se juntou.

Luís Batista, de 81 anos, é um adepto anónimo com muitas recordações do Estádio da Luz. Hoje decidiu juntar-se a um grupo de amigos para assistir ao último jogo na Catedral, que «rebaptiza»: «É a despedida do Maracanã!»

Eusébio, que será uma das estrelas do jogo entre as velhas glórias benfiquistas, já está no estádio. O «Pantera Negra» foi recebido debaixo de aplausos.

Existe um espaço foto-adepto onde, por uma quantia que varia entre os 15 e os 60 euros, os benfiquistas podem adquirir fotografias da equipa, do estádio e fotos personalizadas. O recinto suscita mais a curiosidade do que a vontade de comprar, até porque a maioria das pessoas resolveu levar máquinas fotográficas e de filmar para registar o momento.

Nas bilheteiras vê-se o letreiro «Bilhetes só para o espectáculo». A lotação está esgotada.

As habituais bancadas de venda de camisolas e cachecóis estão vestidas de vermelho, mas já com um certo «cheiro» a... Brasil. O encontro entre Portugal e a selecção brasileira é já no dia 29 e o melhor é começar a pensar nessa partida, que também promete emoções fortes.

Na 2ª Circular já há muito movimento e a existência de dois acidentes dificulta ainda mais a circulação. Se pretende assitir a este jogo aconselha-se a utilização dos transportes públicos, uma vez que é muito complicado estacionar nas imediações do estádio. Os autocarros de Casas do Benfica, como Valença ou Viana do Castelo, fazem fila até às Torres de Lisboa.

Já se assiste a uma verdadeira enchente nas imediações da Luz. Os benfiquistas reúnem-se em grupos de amigos ou familiares para assistirem ao último jogo do velho recinto. À volta do estádio existe uma verdadeira «maré» vermelha. Os adeptos vestem-se a preceito e, mesmo com o calor que se faz sentir, não deixam de exibir os seus cachecóis.

Faz-se a contagem decrescente para o <a href="http://www.maisfutebol.iol.pt/luz/">«Adeus à velha catedral»</a> e o Maisfutebol conta-lhe a par e passo a despedida do Estádio do Benfica.