O FC Porto foi impotente e sentiu claramente a diferença de qualidade individual e coletiva durante uma hora. Após três aspirinas oferecidas por Alario, Demirbay e Havertz, os dragões jogaram com alma, coração e de orgulho ferido. Conseguiram fazer um golo, mas não foi suficiente e estão fora da Liga Europa.

De resto, na última participação nesta prova o FC Porto tinha perdido também frente a uma equipa germânica nos 16 avos de final: frente ao Borussia Dortmund.

Só há uma bola. Portanto, se uma equipa a tiver, a outra fica sem hipóteses de atacar. Logo de início, os farmacêuticos roubaram o que de mais precioso há no futebol ao adversário e assentaram as bases para o triunfo.

Os germânicos fartaram-se de circular e de fazer o FC Porto correr. Depois, sobressaiu quase sempre a qualidade técnico dos jogadores de Bosz. Demirbay livrou-se de três adversários, ainda fez um túnel a Uribe e deixou Havertz em zona privilegiada. O prodígio alemão isolou Alario que fez o primeiro no Dragão (11m).

O lance foi invalidado e corrigido pelo VAR. Esperou-se quase três minutos, o que é francamente demasiado.

Nem houve tempo para perceber a eficácia da estratégia portista. Todos temos um plano até ao primeiro golpe, certo? Pois bem, Otávio jogou no meio-campo ao lado de Uribe e Sérgio Oliveira. Com Díaz na esquerda, Marega colocou-se na direita, sempre à procura de movimentos interiores para junto de Zé Luís, deixando corredor livre para Corona.

O Bayer guardou a bola, jogou com o relógio e começou a frustrar os jogadores portistas. Uribe, Sérgio Oliveira e Zé Luís viram amarelos por entradas duras e fora de tempo. O primeiro remate portista foi um cabeceamento de Otávio ao lado a cinco minutos do intervalo. Francamente pouco para o FC Porto.

Conceição fez o que lhe competia: prescindiu de Uribe, lançou Pepe e desenhou a equipa em 3-4-3. Contudo, os germânicos entraram melhores e Alario acertou nas malhas laterais (50m). Os azuis e brancos saíram rápido, perderam a bola e o Bayer marcou. Tudo fácil: Havertz driblou Pepe, deu para Demirbay e este bateu Marchesín.

O 0-3 não tardou tamanha a supremacia alemã. Ataque rápido conduzido por Havertz que isolou Diaby. Marchesín fez a mancha, mas a bola ficou nos pés do francês que foi altruísta e devolveu o passe ao colega.

Sem nada a perder, o FC Porto melhorou. Ganhou mais duelos, conseguiu ter bola e jogou mais perto da baliza adversária. Otávio descobriu Marega e este cabeceou para o 1-3 no primeiro remate enquadrado dos dragões em todo o encontro. O maliano podia ter bisado, mas dominou mal na cara de Hradecky, tal como o Bayer podia ter chegado à goleada.

O FC Porto, que terminou com dez por expulsão de Soares, não aguentou as três fortes aspirinas e apenas se recompôs quando era tarde.