Geralmente pouco dado a revelar pormenores da vida privada, Jorge Jesus expôs-se numa entrevista em que revela, por exemplo, que no Benfica teve de aprender a lidar com a pressão da imprensa. Mas não só: falou dos pais e dos filhos, do início da actividade do treinador e da infância em Setúbal.

«Tive de perceber que treinar o Benfica não é o mesmo que treinar Belenenses ou Braga em termos de exigência comunicativa, e da pressão que os jornais colocam sobre o clube. Por isso quando cheguei aproveitei as férias para fazer um curso de comunicação e aprender a lidar melhor com os jornalistas.»

As revelações foram feitas numa entrevista à revista Tabu, que acompanha o semanário Sol. Nela Jorge Jesus conta que não come carne, só peixe, e que não bebe álcool. «Nunca bebi nem fumei. Nunca cheguei sequer a prova uísque. Aliás, não faço ideia a que é que sabe», adianta o treinador do Benfica.

Diz que nas ruas de Setúbal habituou-se «ao confronto do dia-a-dia». «A luta pelo meu espaço sem ter medo de impor as minhas ideias». Hoje dedica o tempo ao trabalho. «A minha família é a mais prejudicada com esta vida. Sou treinador há 21 anos e em 21 anos só uma vez fizeram férias comigo.»

Por isso recordou o dia em que, num treino do Felgueiras, um adepto lhe apontou uma arma à cara e o ameaçou de morte se não se fosse embora. «Ó mouro, tu põe-te daqui para fora ou dou-te um tiro», disse-lhe o adepto, mas Jesus não se retirou: enfrentou o agressor e manteve-se com a equipa.