A figura: Hulk

Inaugurou a contagem no Estádio do Dragão, apesar de Chiotis recolher grande parte do protagonismo no lance. Continua a ser uma referência incontornável quando o jogo colectivo do F.C. Porto não produz efeitos. Esteve, contudo, longe de uma noite particularmente inspirada. O compatriota William Boaventura tapou grande parte dos caminhos e Hulk acabou por recorrer à jogada típica: derivação da direita para o centro e remate forte, à procura da felicidade. Por duas vezes, na etapa complementar, transmitiu mesmo a sensação de golo.

Desilusão: Guarín

Volta a demonstrar uma crescente tendência para jogar em baixas rotações, começando a seguir um caminho que promete irritar profundamente os adeptos do F.C. Porto a curto prazo. Entra em vários lances a passo, trata a bola com carinho quando se exige velocidade, as variações de ritmo parecem inexistentes, o meio-campo passa a ser um mero acessório na construção de jogo. Regressou à Liga dos Campeões depois de cumprir dois jogos de castigo pela expulsão na Supertaça Europeia mas, pelo que demonstrou, podia ter atrasado o retorno ao onze. Otamendi podia entrar neste espaço, face aos erros acumulados ao longo do encontro. Fica-se pela menção.

Momento: minuto 18

Ailton gela o Estádio do Dragão. Hulk colocara o F.C. Porto em vantagem com um enorme contributo de Chiotis, na sequência de um pontapé colocado mas aparentemente controlável. Antecipou-se, naquele momento, uma noite sossegada para os portistas. Ao minuto 18, contudo, foi Ailton contra o Mundo. E Ailton venceu. O brasileiro passou por Fernando à entrada da área, rematou rasteiro, a bola passou entre as pernas de Rolando e cruzou caminho para bater Hélton. Susto no Dragão. Um susto duradouro.

Outros destaques

Hélton

Dividiu protagonismo final com Hulk. Poderia mesmo ter sido a figura do encontro, uma vez que evitou a derrota do F.C. Porto num par de contra-ataques venenosos do Apoel, quando os dragões arriscavam tudo para chegar à vantagem. A última imagem é sintomática. Ailton recebeu a bola na área, ao segundo poste, mas Hélton saiu da baliza e evitou o 1-2 com uma enorme mancha.

Kléber

Esforçado. Regressou à competição depois da lesão contraída na jornada anterior da Liga dos Campeões. Pode queixar-se da falta de jogo à sua medida, contando-se pelos dedos os cruzamentos para a sua zona ao longo de grande parte do encontro. Ainda assim, entrou bem e esteve perto do golo. Tentou apresentar-se como alternativa para os ataques recorrentemente individualizados do F.C. Porto. Caiu de produção na segunda parte, tal como tem acontecido ao longo da época. Falta de capacidade física e de alternativas?

Alvaro Pereira

Municiou grande parte do jogo ofensivo da formação portista. A fórmula era evidente: Hulk a fintar de um lado, Alvaro Pereira a correr e cruzar do outro. O lateral uruguaio correu vários quilómetros, assumindo a iniciativa quando poucos o faziam, mas as coisas nem sempre correram bem.

Varela

Bela entrada em campo. Revitalizou o flanco esquerdo, substituindo um James Rodriguez em noite não. Olhando para trás, poderia ter entrado mais cedo.

Ailton

Belo jogador. Provocou erros de Otamendi e Rolando, acabando mesmo por anular a desvantagem do Apoel de Nicósia com um belo trabalho e remate cruzado, ao minuto 19. Já antes, conseguira entrar na área do F.C. Porto com uma jogada pela linha de fundo. Continuou a provocar desequilíbrios, mantendo a defensiva contrária em sentido. Teve o 1-2 nos pés em tempo de descontos, mas Hélton segurou o ponto.