A FIGURA: Vietto deu expressão à eficácia colchonera
À entrada do jogo na Luz, a sua utilização não era expectável, mas a escassez de avançados na convocatória resultou numa oportunidade que o argentino acabou por não desperdiçar. Em dose dupla, Vietto acabou mesmo por ser decisivo no encontro, primeiro com a assistência para o primeiro golo colchonero, após um bom passe rasgado de Griezmann. Já no segundo tempo fez ele próprio o gosto ao pé, antecipando a intenção de Carrasco e, com um desvio subtil, a trair Júlio César. Acabou por sair a meio da segunda parte, por troca com Fernando Torres, mas os registos fazem dele a principal figura do jogo, por ter sido ele também a expressão da eficácia espanhola.

O MOMENTO: à terceira, Saúl gelou a Luz
Diga trinta e três. Se até ao minuto 33 o Benfica vinha assumindo a iniciativa do jogo, a partir daí as águias ficaram «doentes». O Atlético de Madrid aproveitou a desconcentração defensiva dos encarnados para inaugurar o marcador. Bom passe de Griezmann a desmarcar Vietto e o argentino, com um passe atrasado, colocou a bola à mercê de Saúl, que rematou fora do alcance de Júlio César. Depois de já ter visto duas tentativas goradas pelo guardião brasileiro, à terceira o médio não desperdiçou. O Benfica acusou bastante o golo e deu mais iniciativa aos espanhóis, que permaneceram na mó de cima até ao intervalo.

LC: Benfica-At. Madrid, 1-2 (crónica)​

OUTROS DESTAQUES:

Lisandro López
Exibição quase perfeita do central do Benfica. Rui Vitória apostou mais uma vez no argentino para render o lesionado Luisão, e Lisandro agarrou a oportunidade com unhas e dentes. Para além do corte determinante aos 24 minutos, evitando então o primeiro golo do Atlético, o central esteve incansável, tanto a travar os ataques colchoneros, como no apoio aos colegas de posição. Muito intenso na disputa de bola, secou quase por completo as iniciativas de Griezmann, o homem mais perigoso da equipa espanhola.

Renato Sanches
Sim, deve estar a pensar, vamos lá destacar o miúdo que ele agora está em grande. Engane-se, pois a fundamentação deste destaque nada tem a ver com o bom momento do médio. No embate com os espanhóis, Renato foi a alma e o pulmão do meio campo. Se a falta de experiência era, à partida, uma lacuna do miolo encarnado, o jovem tratou logo de deitar a baixo essas previsões. Força, intensidade, inteligência, audácia e coração, muito coração. Frente ao Atlético, Renato fez uma exibição de encher o olho, a ponto de, na segunda parte, ter protagonizado um momento absolutamente delicioso de entrega ao jogo, recusando vergar-se perante tantos adversários que o rodeavam. Se dúvidas houvesse, este miúdo já é grande e justifica mais apostas.

Pizzi
O pêndulo do Benfica neste encontro, sempre no apoio aos homens mais ofensivos. Dos pés do médio partiram alguns dos principais lances de perigo dos encarnados ao longo do encontro, até porque foi ele que ficou incumbido de municiar as investidas encarnadas. O médio não defraudou as expectativas e somou uma mão cheia de passes de qualidade, que só não resultaram em maior perigo porque o Atlético apareceu na Luz com a lição muito bem estudada em termos defensivos.

Mitroglou
Mais do que palavras, vamos aos factos. Entrou na segunda parte para render Gonçalo Guedes e logo aos 26 segundos quase fazia o gosto ao pé. Rui Vitória queria um jogador mais posicional para estorvar a movimentação dos centrais adversários e o grego correspondeu da melhor maneira. Com mais ou menos iniciativas, o grego acaba por ser preponderante por ter marcado o golo do Benfica, finalizando da melhor maneira uma assistência de Jiménez.

Saúl
O autor do primeiro golo da partida e um dos homens em destaque do Atlético de Madrid na Luz. Depois de ver duas tentativas suas esbarrarem em Júlio César, o médio conseguiu mesmo apontar um golo à terceira tentativa. Muito dinâmico no meio campo colchonero, foi dos pés dele que saíram vários dos lances de perigo criados pelos espanhóis ao longo do encontro. Uma partida muito interessante do espanhol.

André Almeida
Pela negativa destaca-se o lateral direito do Benfica. Uma partida para esquecer do defesa frente ao Atlético de Madrid. Durante a primeira parte não teve uma única iniciativa proveitosa no ataque e na defesa as coisas não foram muito melhores. Simeone espreitou a fragilidade na direita e mandou a equipa explorar mais esse lado. É certo que o lance do primeiro golo surge da esquerda, mas as oportunidades criadas a partir do lado direito por parte dos colhchoneros foram várias.