Aí vão cinco derrotas do Sp. Braga diante do Shakthar Donetsk, desta vez com Paulo Fonseca a levar a melhor sobre José Peseiro, com uma vitória inequívoca, por 2-0, num jogo em que os ucranianos dominaram do princípio ao fim. Mesmo a jogar praticamente toda a segunda parte com mais um jogador, os minhotos consentiram um segundo golo de bola parada e não conseguiram criar uma única oportunidade de golo. Confrangedor.

Confira a FICHA DO JOGO

José Peseiro surpreendeu ao apostar na titularidade de Artur Jorge no centro da defesa ao lado de Rosic, procurando ainda criar um tampão à frente da defesa com Mauro e Vukcevic, mas a equipa de Donetsk atacava com uma frente alargada, com Marlos e Bernard bem abertos nas alas e Kovalenko no apoio direto ao argentino Facundo Ferreyra. Os desequilíbrios começavam ainda mais atrás, na fase de construção do jogo do Shakthar, com Stepanenko e, sobretudo, Fred, com muita liberdade para abrir autênticas vias para a área de Marafona.

Os primeiros minutos foram de autêntico sufoco para os minhotos que não conseguiam sair a jogar perante a pressão alta dos ucranianos. Tal como no jogo com os belgas do Gent, o Sp. Braga ficou cedo em desvantagem no marcador, logo aos cinco minutos, na sequência de um livre de Fred. A defesa minhota na conseguiu afastar a bola que sobrou para Stepanenko que encheu o pé esquerdo para o primeiro golo do jogo. Foi o sétimo golo que o Braga consentiu diante do Shakthar apenas em 2016, contando com a eliminatória anterior, quando Paulo Fonseca estava ainda no comando. 12º no total dos confrontos entre os dois emblemas.

Seguiu-se um intenso domínio do Shakhtar, sem que o Braga conseguisse esboçar uma reação ao golo sofrido. A equipa de José Peseiro não conseguia estabelecer qualquer ligação entre sectores e a bola perdia-se pelo meio para novo ataque do Shakhtar. O primeiro remate do Braga surgiu apenas aos 25 minutos, na marcação de um livre, com Pedro Santos a atirar contra a barreira. Os ucranianos acabaram por levantar o pé nos últimos quinze minutos, permitindo ao Braga respirar melhor no jogo, mas ainda assim com extremas dificuldades em construir oportunidades para rematar à baliza de Pyatov.

Neste período, mesmo antes do intervalo, um lance polémico. Ricardo Horta caiu no interior da área, numa disputa de bola com Fred, mas o árbitro, em cima do lance, nada assinalou. Um lance polémico a fechar a primeira parte e outro logo a abrir. Fred destaca-se na área do Braga e cai depois e um carrinho de Baiano. O árbitro considerou que foi simulação do brasileiro e mostrou-lhe um segundo cartão amarelo, mas a verdade é que parece que existe falta do lateral minhoto.

Contra dez? Ainda pior...

O jogo podia virar nesta altura a favor da equipa de Peseiro, mas a verdade é que o Sp. Braga, mesmo em vantagem numérica, não conseguia subir no terreno, não conseguia fazer a bola chegar junto à área de Pyatov. Pelo contrário, era o Shakhtar, com menos um, que carregava junto à área de Marafona. Em mais um lance de bola parada, os ucranianos chegaram mesmo ao 2-0, aos 56 minutos. Livre de Bernard, a bola bate na barreira, mas passa e Kovalenko, em posição regular, atirou a contar. Segundo golo de bola parada do Shakhtar.

Mais uma vez, o Braga não conseguiu esboçar uma reação e, até ao final do jogo, com mais um em campo, nem um pontapé de canto conquistou. Repetimos, confrangedor. A melhor oportunidade para a equipa portuguesa surgiu ao minuto 88, num livre de Mauro, com Vukcevic a tentar o desvio com a ponta da bota, com a bola a subir nas alturas.

O Shakhtar volta, assim, a vencer o Sp. Braga, pela quinta vez consecutiva, passando a contar com treze golos marcados contra apenas um sofrido, mas no conjunto dos cinco jogos, este terá sido o Braga mais inconsequente de todos.