O prognóstico é muito reservado e há pouco a fazer. A respiração do paciente é cada vez mais fraca, o pulso já quase nem se sente. Parece já não haver milagre ou luz ao fundo do túnel que o salve. O paciente chama-se Tondela, que está cada vez mais longe da zona de salvação.

Contra o Estoril, no António Coimbra da Mota, só a vitória interessava aos comandados de Petit, que à entrada para a 22.ª jornada da Liga somavam 10 pontos, metade dos que tinha o Boavista, a primeira equipa acima dos lugares de despromoção.

Na antevisão ao jogo na Amoreira, Petit tinha deixado o aviso. O técnico dos viseenses reconheceu o cenário difícil mas deixou a garantia: não vai deitar a toalha ao chão.

 

FILME E FICHA DE JOGO

 

E a verdade é que o Tondela até começou por ser a equipa mais feliz em campo. Aos dez minutos, o árbitro Jorge Ferreira viu uma mão na bola de Diego Carlos na área estorilista e apontou para a marca da grande penalidade. Chamado a bater, Nathan não desperdiçou nda marca dos onze metros.

A equipa de Petit entrava bem na partida face a um Estoril que só a partir do quarto de hora começou a carburar e que chegou ao empate aos 18 minutos. Zubikarai ainda evitou com uma defesa de recurso uma traição de um companheiro de equipa após canto batido da direita mas já não foi capaz de evitar a recarga de Mendy.

O golo moralizou a equipa de Fabiano Soares, que passou a ter mais posse de bola mas, ainda assim, sem conseguir criar oportunidades de golo. O resto dos primeiros 45 minutos resumiu-se a um cabeceamento perigoso de Romário Baldé por cima da baliza e a um remate de Gerso já em cima do tempo de compensação.

Duas equipas que pareciam sucumbir ao frio gélido que se fazia sentir na linha, traduzido num futebol fraco e com poucos motivos de interesse.

No regresso dos balneários, o técnico do Estoril lançou Mattheus para o lugar do discreto Marion: Bonatini, que tinha atuado na posição 10 nos primeiros 45 minutos, foi deslocado para a ala direta. E foi dali que o avançado brasileiro forjou o segundo golo dos canarinhos, num remate que acabou desviado para a própria baliza por um homem do Tondela (Tikito?). Zubikarai traído pela segunda em mais um lance capital do encontro.

Lei de Murphy, só pode, para quem tanto luta para voltar a dar sinais de vida e que não foi inferior ao adversário nesta partida.

Antes do segundo golo do Estoril, Murillo já tinha tido nos pés uma oportunidade flagrante para recolocar o Tondela na frente. Depois, Lucas Souza ameaçou num livre e num remate após um canto. Deveria ter chegado, mas não chegou perante um Estoril que, tal como o Tondela, parece não respirar saúde mas que lá conseguiu somar três preciosos pontos e cavar uma diferença já considerável para os lugares de descida.

O prognóstico do Tondela, esse, é cada vez mais reservado. Dez pontos em 22 jogos. O doutor está a considerar seriamente a hipótese de transferir o paciente para os paliativos.