Tri.  Tri..nta e cinco títulos para o Benfica. Tri...nta e nove anos depois, o Benfica volta a ser tri. Uma goleada ao Nacional abre as comemorações encarnadas, numa exibição à imagem do trajeto na Liga: da insegurança à consagração.

O Benfica começou mal a época, chegou a estar a sete pontos da liderança (quando acertou calendário), mas confiou no trabalho e embalou para uma recuperação fantástica. Neste dia de decisão também começou algo inseguro, a gerir as emoções, mas a verdade é que, embalado pelo regressado Nico Gaitán, embalou para uma triunfo convincente e justo.

A ansiedade terá pesado no início de jogo do Benfica, apesar da vantagem pontual com que entrou em campo. Instalada no meio-campo ofensivo, mas com pouca dinâmica, a equipa de Rui Vitória esbarrou na organização defensiva do Nacional, que acabou por criar a primeira situação de perigo, com um remate de Salvador Agra ao lado (10m) e que depois ainda ficou a pedir um penálti de Talisca, num lance em que o brasileiro domina a bola com o braço, que estava em baixo mas não totalmente encostado ao corpo (17m).

Curiosamente, foi por altura do primeiro golo do Sporting em Braga – que colocava a equipa leonina como virtual campeã – que o Benfica despertou. Pizzi deu o primeiro sinal, com um cruzamento-remate ao lado, mas logo a seguir a equipa da casa marcou mesmo, e com o 21 novamente na jogada. Boubacar Fofana ainda impediu que Pizzi finalizasse, já na área, mas a bola sobrou para Gaitán, que voltou a colocar o Benfica com as mãos na taça (23m).

O golo soltou a águia, comandada pelo regressado Gaitán, que juntou ao golo uma soberba assistência para o 2-0, apontado por Jonas (39m), que na comemoração fez uma merecida vênia ao argentino.

Gerir em festa

Com o conforto de dois golos, o Benfica encarou a etapa complementar com outra tranquilidade, e foi, paulatinamente, criando ocasiões para aumentar a vantagem. Mitroglou mostrou-se então perdulário, mas ao segundo falhanço a bola bateu na trave e sobrou para a cabeça do incontornável Gaitán, que fez o 3-0.

Já com a Luz a comemorar o tricampeonato e a gritar por Paulo Lopes (que entraria mais tarde), o Benfica entrou num relaxamente natural que abriu caminho a uma reação do Nacional, mas Ederson brilhou antes da substituição, ao sair aos pés de Tiquinho (69m), que logo a seguir ainda teve a dupla infelicidade de chegar atrasado a um cruzamento da direita e esbarrar, com estrondo, no poste da baliza encarnada.

Paulo Lopes ainda entrou a tempo de festejar (em campo) o quarto golo, apontado por Pizzi (84m), mas ainda antes do arranque das comemorações o Nacional chegou ao tento de honra, por Salvador Agra, já em período de descontos.

Estava feito o último golo da Liga 2015/16. Segue-se a festa encarnada.