O Boavista perdeu a invencibilidade na última jornada da Liga, mas Lito Vidigal continua satisfeito com o rendimento da equipa, e por isso pede que esta seja «igual a si própria» no dérbi deste domingo com o FC Porto.

«Tenho uma equipa solidária, combativa, a jogar bom futebol. Somos das melhores equipas a jogar, e isso ficou demonstrado nos últimos jogos. Nos últimos dois jogos fora de casa fomos a equipa mais rematadora, mas também é preciso qualidade para definir», começou por dizer o técnico do Boavista, em conferência de imprensa.

Lito avisa que a sua equipa tem também de «perceber as diferenças», assumindo que o FC Porto «é um adversário forte, com bons jogadores, nesse sentido mais forte do que o Boavista». «Coletivamente temos de equilibrar, ou até superar, o FC Porto. Só assim podemos vencer», reconheceu, já depois de ter defendido que «não existem momentos ideais» para um jogo como este.

O FC Porto jogou (e perdeu) na quinta-feira, em Glasgow, mas Lito desvaloriza a questão da capacidade física.

«Quando nos interessa, dizemos que fazer jogos de três em três dias é pesado. Quando não nos interessa, dizemos que é irrelevante, que é tempo suficiente para recuperar. Fizemos três jogos na semana passada e não nos queixámos», respondeu.

O treinador do Boavista está de regresso ao banco após um castigo de quinze dias que voltou a merecer críticas.

«Não sei o que fiz para estar afastado três jogos. São dois pesos e duas medidas. Não há muito a dizer. É respeitar as decisões e continuar a trabalhar. Claro que o trabalho desenvolve-se nos treinos, mas há ajustes, feelings e decisões a tomar no momento, e é importante estar no banco. Acho que os treinadores nunca deviam sair do banco», defendeu.

Lito voltou a falar também das críticas à agressividade da sua equipa, classificando-as como «calúnias».

«Temos um jogador, o Ackah, que é extremamente leal. É um miúdo, que se estreou este ano. Fez um jogo muito interessante na estreia, mas depois, para esconder algumas coisas, caluniaram esse jogador de forma muito injusta. A verdade é que, nos jogos seguintes, no primeiro lance que disputou - que até tenho duvidas que fosse falta - foi amarelado. É tão leal, tão sério e humilde, que acabou por fazer os 90 minutos desses jogos todos, sabendo controlar-se. Tem sido extremamente injustiçado. Tenho uma equipa de trabalho, para além da qualidade. Uma equipa que quer muito, leal, mas penalizada às vezes por causa dessas calúnias», referiu.

Confrontado com as dificuldades que o Boavista tem sentido para pontuar frente aos “grandes”, desde que regressou ao principal escalão, Lito Vidigal enalteceu alguns resultados.

«Ganhámos ao Braga 4-2 e 2-0 em casa. Perdemos com o Sporting com um penálti fantasma, uma vergonha. E este ano empatámos com o Sporting em casa com um golo de ressalto. A equipa tem sido competitiva, tem trabalhado. Ainda não jogámos com o Benfica e o FC Porto», respondeu o técnico, que ainda anunciou o regresso à titularidade de Rafael Bracali, depois de ter lançado Helton Leite em Setúbal «por opção».