Momento: o golo de Mathieu, pois claro

Oitenta e quatro minutos de intenso sofrimento até as bancadas explodirem em festa com o pontapé colocado e refinado do central francês, de primeira, com convição, a dar a direção certa a um cruzamento açucarado de Acuña, colocando a bola entre o ferro e Douglas. As bancadas, que nesta altura, destilavam uma mistura de ansiedade e angústia, explodiram de alegria. Não estava fácil, mas foi com simplicidade que Jérémy Mathieu desbloqueou o jogo.

Figura: capitão William Carvalho a impor a ordem

O evidente crescimento do Sporting na segunda parte deve-se, em boa parte, à subida de William Carvalho no terreno de jogo. Deixando Battaglia para trás, o capitão dos leões assumiu a organização do jogo, recuperando muitas bolas na zona central, para depois distribuir jogo, com o seu jeito desengonçado, mas muito eficaz, abrindo finalmente brechas na defesa minhota. Espetacular o passe para Doumbia, logo a abrir a segunda parte, que só não deu golo pela boa saída de Douglas de entre os postes. Grande segunda parte de William.

Outros destaques: confira a FICHA DO JOGO

Fábio Coentrão

Não fez propriamente um grande jogo, mas deixou em campo a garra que o Sporting perdeu com lesão de Gelson Martins. O lateral não se cansou de subir no terreno para combinar com Acuña, procurando desequilíbrios, sem nunca dar uma bola como perdida. Reforçamos, não fez um grande jogo, mas manteve a equipa agarrada ao jogo, pela intensidade que aplicava a cada lance em que foi protagonista.

Bas Dost

Que se passou com o holandês? Andou muito distante do jogo, com poucas bolas para disputar na área do Vitória e numa das poucas vezes que discutiu um lance, já no final da primeira parte, acabou por lesionar-se. Ainda voltou ao campo, mas saiu para o intervalo muito queixoso. No entanto, no início da segunda parte, foi Rúben Ribeiro que saiu para dar lugar a Montero. O avançado holandês esteve, no entanto, apenas um minuto em jogo. Voltou a ressentir-se da lesão contraída na primeira parte e obrigou Jesus a «queimar» mais uma substituição, com a entrada de Doumbia. O que se passou?

Doumbia

O avançado costa-marfinense foi uma solução de recurso, mas a verdade é que resultou em cheio. Trouxe sangue novo e uma nova abordagem para invadir a área minhota. Logo a abrir a segunda parte, teve duas oportunidades flagrantes, ambas com assistências de William. Mudou definitivamente o jogo.

Douglas

Não teve uma noite de muito trabalho, mas foi protagonista em dois lances, já na segunda parte, que reforçaram a ansiedade dos leões. Primeiro com uma saída aos pés de Doumbia, depois com uma defesa por instinto a um remate de Bruno César. No lance do golo, pouco podia ter feito.

Raphinha

Uma boa primeira parte, a mostrar aos sportinguistas que, entre os 28 jogadores que estiveram em campo, é o mais parecido com Gelson Martins. Aproveitou as transições rápidas do Vitória para provocar calafrios na defesa leonina e ainda tentou dois pontapés de fora da área que não passaram muito longe dos ferros. Saiu esgotado na segunda parte.