Sete anos depois o Vitória de Guimarães voltou a sorrir no D. Afonso Henriques no dérbi com o Sp. Braga. Triunfo por duas bolas a uma carimbado no último minuto do tempo regulamentar, depois de meia hora em inferioridade numérica. O angolano Nelson da Luz saltou do banco para o epílogo deste capítulo do duelo minhoto.

O jovem jogador estava no local certo à hora combinada para ser o talismã de um Vitória aguerrido, que nunca virou à cara à luta, mesmo com menos um homem no campo de batalha, que foi, ao fim de contas, a equipa que quis ganhar com mais força.

No plano de guerra, a equipa da casa, o Vitória, entrou a vencer com uma lance de força aérea de Estupiñán. Vitinha empatou no arranque do segundo tempo com uma jogada de ataque estratégico. O tal raide de (Nelson da) Luz definiu o jogo no último fôlego. Eletrizante, o dérbi só se definiu no soar do gongo.

Força aérea de Estupiñán

A intensidade foi a imagem de marca desde o apito inicial. Nem sempre com os atributos técnicos necessários nem com a frieza exigida, mas sempre ligado à corrente. Os conjuntos de Pepa e de Carlos Carvalhal jogaram nos limites, com vários contactos e duelos musculados, a obrigar António Nobre a apitar várias vezes para segurar o encontro.

Tentou chamar a si maior dose de iniciativa o Sp. Braga, fruto da sua maior tranquilidade e perante um Vitória em brasas. Respondeu com enorme entrega a equipa da casa, “sem balelas” como pediu o técnico no lançamento do jogo. Uma entrega que deu frutos ao minuto dezoito do encontro.

Na sequência de um pontapé de canto superiormente cobrado por Tiago Silva, o colombiano Óscar Estupiñán impulsionou-se de forma impressionante e desviou para o fundo das redes, deixando Matheus mal na fotografia. Há muito mérito do ponta de lança, pela forma como ataca a bola, mas a  abordagem de Matheus acaba por ser deficitária.

Menos um soldado, mas com uma munição extra

Carvalhal operou três alterações ao intervalo e melhor resposta seria difícil. Os arsenalistas precisaram apenas de três minutos para empatar o encontro, com uma jogada simples mas de toques sublimes. Passe primoroso de Ricardo Horta na direita, com espaço, Vitinha pica a bola por cima de Varela numa jogada em que foi tudo bem feito.

Dez minutos depois o Sp. Braga fica em superioridade numérica após expulsão de Alfa Semedo. Alertado pelo VAR António Nobre anulou o amarelo inicial  expulsou o guineense, desequilibrando numericamente o dérbi. Os homens de Pepa apelaram ao espírito de guerra para encarar o que restava do jogo, mais de meia hora.

Sofreu quando assim teve que ser, tentou esticar o jogo e ser feliz. Nunca entregou as armas perante as adversidades e ao minuto noventa Nelson da Luz aplicou o último momento da guerra minhota. Confirmou na pequena área o regresso aos triunfos do Vitória. Um triunfo muito festejado em Guimarães perante o eterno rival.