A grande aposta da liga portuguesa nos jogadores sub-21 é feita nos avançados. Esta conclusão é feita tanto no âmbito da quantidade de jogadores nesta posição em campo como no tempo de jogo que lhes é dado.

Esta análise é feita a partir de um estudo do CIES – Observatório do Futebol sobre a utilização de jogadores nascidos a partir de 1 de janeiro de 1995 pelos clubes das cinco principais ligas europeias: Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França (as chamadas «big-5»).

Partindo desse trabalho de elaboração de tabelas – assinado por Raffaele Poli, Roger Besson e Loïc Ravenel – fomos também ver como é o cenário geral na Liga portuguesa.

O estudo do CIES elabora seis «top dez» de acordo com seis posições em campo – em que a de avançado inclui quer os extremos quer os ponta de lança. As tabelas do instituto suíço podem ser consultadas aqui.

De forma resumida, os sub-21 mais utilizados por posição nas big-5 (desde o início da época) são estes:

Guarda-redes: Gianluigi Donnarumma (Milan), 68,0%

Defesa central: Niklas Süle (Hoffenheim), 100%

Defesa Lateral: Héctor Bellerín (Arsenal), 92,3%

Médio defensivo: Leon Goretzka (Schalke 04), 82,5%

Médio ofensivo: Maximilian Meyer (Schalke 04), 78,8%

Avançado: Anthony Martial (Manchester United/Monaco), 89,6%

Uma das conclusões a retirar desde logo é a predominância dos clubes alemães na aposta de jogadores desta idade sendo que o Schalke ganha ainda destaque especial dentro da Bundesliga. O Schalke não só é líder em dois sectores, como, entre os médios ofensivos tem os dois primeiros.

Por outro lado, é nas posições mais recuadas em campos – não incluído os guarda-redes – que os clubes das big-5 mais apostam pelo número de minutos dados aos seus jogadores. Os defesas centrais e laterais são os que têm maior percentagem, com o central Niklas Süle (Hoffenheim) a ser totalista.

Em Portugal, a agulha vira-se – como se referiu – para o ataque. Diogo Jota tem 91,2% de utilização e, com esse valor, o avançado do Paços de Ferreira tem mais utilização do que qualquer outro das cinco ligas europeias referidas.

André Moreira (U. Madeira) colocou os guarda-redes da Liga muito bem colocados em qualidade numa análise deste tipo, mas há várias posições em campo – como a de guardião – que não chegam ao número de cinco sub-21 na Liga portufguesa. As outras estão na defesa: laterais e centrais.

Conforme se vai subindo em campo o número de apostas sobe também na quantidade sendo que dos seis médios defensivos sub-21 já utilizados no campeonato português se passa para dez médios ofensivos e 26 avançados (também juntando extremos e pontas de lança).

Os sub-21 (mais) utilizados na Liga são os que se seguem – ficando pelos cinco mais utilizados por sector quando se consegue ter esse total na respetiva posição:

GUARDA-REDES

André Moreira (U. Madeira), 82,6%

João Silva (V. Guimarães), 56,5%

Raúl Gudiño (U. Madeira), 4,3%

DEFESA CENTRAL

Nélson Monte (Rio Ave), 38,9%

Emmanuel Hackman (Boavista), 29,7%

Chidozie (FC Porto), 7,3%

Diney (Marítimo), 4,3%

DEFESA LATERAL

Rafa Soares (Académica), 21,7%

Breno (V. Guimarães), 6%

MÉDIO DEFENSIVO

João Palhinha (Moreirense), 76,1%

Rúben Neves (FC Porto), 35,2%

Carlos Ponk (P. Ferreira), 4,3%

João Jaquité (Tondela), 2,5%

Bryan Cristante (Benfica), 0,1

MÉDIO OFENSIVO

André Horta (V. Setúbal), 66,1%

Andrezinho (P. Ferreira), 65,9%

Renato Sanches (Benfica), 60,1%

Otávio (V. Guimarães), 50,5%

Raphael Guzzo, (Tondela), 47,2

AVANÇADO

Diogo Jota (P. Ferreira), 91,2%

Ivo Rodrigues (Arouca), 77,5%

Romário Baldé (Tondela), 53,4%

Jhon Murillo (Tondela), 52,2%

Cádiz (U. Madeira), 48,4%