Bernardo Silva não trocava uma Liga dos Campeões por uma Bola de Ouro. Em entrevista à Sky Sports a propósito do Euro2024, o internacional português lembra que o futebol é um desporto coletivo e desvaloriza os prémios individuais que são quase sempre entregues aos avançados.

Na última edição da Bola de Ouro, o internacional português ficou no oitavo lugar, com Lionel Messi a vencer a distinção pela oitava vez, à frente de Erling Haaland. «O reconhecimento é sempre positivo. Na minha opinião, dou a devida importância a esses prémios porque, no final do dia, estamos a praticar um desporto coletivo. Hoje-em-dia os prémios individuais vão sempre para os avançados porque são eles que dão o último toque», começa por destacar.

Uma ideia aprofundada por Bernardo Silva. «Se perceberes o jogo, tanto um jogador como um treinador, sabes como é importante ter um bom guarda-redes, um bom defesa, um bom médio e um bom avançado. Não apenas um bom avançado. Os avançados não conquistam títulos sozinhos. A base vem da defesa. Se defenderes bem, vais atacar melhor. Quando olho para os prémios individuais e vejo que só os que marcam golos é que ganham, sinto que esses prémios não representam o nosso desporto tão bem», acrescenta.

A Bola de Ouro é decidida pelos votos de treinadores, jogadores e jornalistas e, na última edição, Pepe e Roberto Martínez votaram em Bernardo Silva. «Quando as pessoas que estão à tua volta no dia-a-dia confiam em ti, contam contigo e pensam que podes ajudar a conquistar coisas, é a maior motivação que podes ter para continuar», destaca.

Bernardo Silva não é propriamente um goleador, é mais um jogador de equipa. «Dou sempre o meu melhor para apoiar os meus companheiros e faço o que é melhor para a equipa. Feitas as contas, ganhar uma Liga dos Campeões é muito melhor do que ganhar uma Bola de Ouro. Eu não trocaria uma pela outra. Sem hipótese», destacou o internacional português.

Terminada a temporada no Manchester City, Bernardo Silva já está com o foco no Euro2024, até porque não esquecer que não esteve presente no Euro2016, no triunfo de Portugal, devido a lesão.

«Foi um misto de emoções. Estava muito frustrado no início da competição por não ter ido. Fiz toda a fase de qualificação. Teria sido o meu primeiro grande torneio e era para ter ido, mas lesionei-me. Mas, depois, no final, quando ganhámos, era mais um português. Estava toda a gente muito feliz, a minha família, todos os meus amigos, toda a gente. Foi um misto de frustração por não ter lá estado, mas também de felicidade porque foi a nossa primeira vitória enquanto país», destaca.

Oito anos depois, à beira dos trinta anos, Bernardo Silva foi seis vezes campeão com o Manchester City e, na época passada, conquistou a desejada Liga dos Campeões. Agora há um novo Campeonato da Europa à porta.

«O mais engraçado de jogares pelo teu país é que até a minha avó, que não liga nada ao futebol, quando jogo por Portugal, adora ver. Quando o país joga, toda a gente vê. Mesmo aqueles que não gostam deste desporto», refere ainda.