O Maisfutebol surge com o advento do novo século (o início rigoroso foi a 1 de janeiro de 2001), já depois dos temores dos vírus estranhos de computador e antes do século XXI realmente começar. Esse só viria a escrever as primeiras letras que vão ficar na história a 11 de setembro de 2001, quando a Al-Qaeda decidiu fazer a mais marcante das suas ações, lançando aviões contra as Torres Gémeas e o Pentágono.

Todos nós nos lembramos onde estávamos nesse dia e foi aí que tudo, no fundo, começou a mudar também nos hábitos dos portugueses. Todos nós nos lembramos de ver as imagens repetidas nas televisões. E recorríamos muitas vezes à CNN ou à Sky News, porque por aqui os canais de notícias começavam a dar os primeiros passos (a SIC Notícias surgiu nesse ano).

Não é fácil encontrar treze coisas que mudaram efetivamente os hábitos dos portugueses desde que o Maisfutebol nasceu - e não por necessária influência do jornal. Mas, de uma penada, é fácil entender que passámos a usar uma nova moeda, ficámos viciados nas redes socias e muitos de nós fomos conquistados pelos smartphones e tablets. Tivemos dois Presidentes da República (Jorge Sampaio e Cavaco SilvA), vários primeiros-ministros (António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e Passos Coelho) e tivemos de pedir ajuda à troika para pagarmos as dívidas do país.

A nível social as alterações são enormes: o desemprego atingiu números assustadores, a emigração voltou em força, a lei do tabaco impôs regras aos fumadores em espaços fechados, a interrupação voluntária da gravidez foi despenalizada e os homossexuais ganharam direitos de primeiro mundo, podendo casar e coadotar.

Mesmo que seja estranho dizer isto, podemos dizer que o país está melhor. Pelo menos respira melhor, está mais cosmopolita, mais virado para o mundo, mas tudo isso tem um revés: estamos asfixiados por pertencermos a esse mundo e somos fustigados pelo peso da globalização e a insensatez dos líderes europeus.

E sim, também passámos a escrever de forma diferente, numa aproximação ao mundo lusófono. Aqui, no Maisfutebol, tivemos de reaprender a escrever segundo o novo Acordo Ortográfico e são muitas as dúvidas que ainda temos. Nem todos os portugueses aceitam escrever ator, fator ou os meses em letra minúscula. Mas isto mudou e dificilmente recuará.

Numa altura em que se discute a viabilidade do euro, já poucos calculam em contos e centavos. Os tostões, esses, são cada vez menos, nomeadamente desde a crise americana do subprime em 2008, que resultaria na maior depressão mundial desde 1929, com ramificações dramáticas nos países europeus, que não conseguiram suportar a crise das dívidas soberanas. Os governos caíram, os povos saíram em massa para as ruas e o FMI apareceu com a mala do dinheiro e os juros de empréstimo em alta.

As redes socias entraram nas nossas vidas. Primeiro o Faceboook, depois o Youtube e finalmente o twitter (antes ainda houve o Hi5), fornecendo novas ferramentas de conversação aos povos - a história da aldeia global de Mcluhan tornou-se uma realidade. E são muitos milhões os utilizadores. Tantos que hoje em dia já não conseguiriamos viver sem os gatinhos do Youtube, os twitts com fotos íntimas das celebridades ou os posts de Cavaco Silva.

Fizemos tudo isso com iPhones, iPads, smartphones Android ou através de um qualquer computador portátil (porque toda a gente parece ter um). Tirámos muitas fotos que enviámos para o Flickr e com filtos para o Istragram. Filmámos tudo e publicámos no Youtube. Acompanhámos todas as séries novas de televisão (nem sempre de forma lícita), fizemos ligações de vídeo em HD para qualquer parte do mundo, utilizando o Skype. E viajámos, aproveitando a massificação das companhias low-cost.

Portugal mudou muito desde que o Maisfutebol apareceu e foram com certeza mais do que treze os hábitos novos dos portugueses. Como serão os próximos treze? Fique por aí que vamos contar-lhe tudo.