Mariano Barreto, ex-treinador do Marítimo, disse já ter entregue no Ministério Público documentos que desmentem as declarações da provedora da Casa Pia sobre o depoimento de um antigo aluno que o implicou em abusos sexuais que teriam ocorrido entre 1973 e 1981.
Na sessão de julgamento de 18 de Março, a provedora Catalina Pestana revelou que um antigo aluno a procurou em 2003 e lhe relatou situações de abusos sexuais entre 1973 e 1980, por pessoas exteriores à instituição e funcionários e educadores, entre eles Mariano Barreto, bem como alguns arguidos do processo que está a decorrer
Nesta segunda-feira Mariano Barreto desmentiu as acusações que lhe foram feitas, explicando que só entrou para a Casa Pia em 1983, anunciando também que vai processar judicialmente Catalina Pestana e todos os que envolveram o seu nome no escândalo de pedofilia. O ex-treinador do Marítimo foi educador da instituição durante dois anos dois anos (1980/1982) e director pedagógico entre 1985 e 1995.
O técnico disse ter recolhido documentos que, garante, desmentem o que foi afirmado por Catalina Pestana. Mariano Barreto questionou o motivo pelo qual Catalina Pestana não informou a polícia dessas declarações.
Mariano Barreto ter-se-á reunido com Catalina Pestana no dia 28 de Março e que durante esse encontro a provedora disse que o nome do aluno que falara no seu nome estava numa lista de testemunhas do processo, mas que depois a ler «cinco ou seis vezes» não o conseguiu encontrar.
O treinador lamentou que «tenha sido usado um órgão de soberania para fazer eco de calúnias e difamações, um local onde se deve fazer a busca da verdade». O técnico assegurou que durante os 13 anos que esteve na instituição nunca teve conhecimento de situações de abusos sexuais de alunos.