Por Humberto Dias

Após três desaires noutros tantos jogos para o campeonato, o Marítimo jogava diante da sua massa adepta com a pressão de conseguir um resultado positivo que fosse capaz de tirar a equipa dos últimos lugares da tabela e logo diante de um Estoril europeu moralizado, não pelo resultado, mas sobretudo pela exibição conseguida na Alemanha diante do Friburgo.

Entraram melhor os madeirenses, mas sem nunca conseguirem importunar o guardião canarinho. Por seu turno, o Estoril esperava por uma oportunidade para efetuar o contra-golpe e acabaria por tê-la à passagem do minuto 12. Num lance conduzido pela esquerda, Sebá aproveitou o erro de Briguel e rematou forte contre o corpo de Gegé ficando a ideia de que o central cabo-verdiano cortou com o braço. Nem tiveram tempo os estorilistas de reclamar pela grande penalidade, pois Balboa na recarga, de cabeça, fez com que a bola se anichasse no fundo das redes da baliza à guarda de Leoni.

O Marítimo pareceu ficar atordoado pelo golo e os nervos vieram à tona. Contudo, o Estoril não aproveitou e, após Márcio Rozário desperdiçar uma boa ocasião, num lance sem perigo iminente para a sua baliza, Bruno Miguel acabou por dar um toque com a mão na bola. Grande penalidade assinalada por Carlos Xistra por indicação do seu auxiliar, que Héldon transformou de forma superior.

Volvidos somente seis minutos, o mesmo Bruno Miguel por pouco não colocou o Estoril novamente na frente do marcador, após a cobrança de um livre na esquerda de Sebá que Briguel não conseguiu sacudir. O central aproveitou a sobra nas suas costas e atirou ao poste, com Leoni a estirar-se, mas a ser impotente para travar a marcha do esférico.

O jogo entrava novamente numa fase em que se lutava muito a meio campo, pelo que foi preciso esperar pelo minuto 37 para o perigo tornar a rondar uma das balizas. Desta feita, foi Evandro quem do meio da rua atirou uma autêntica «bomba» fazendo a bola passar a mílimetros da trave da baliza verde-rubra.

Segunda parte de sentido único

Os verde-rubros ainda haveriam de ficar reduzidos a dez unidades antes do intervalo, uma situação que ocorre pela terceira vez consecutiva em jogos com os canarinhos, mas já não havia tempo para muito mais na primeira metade. E, curiosamente, haveriam de ser os madeirenses a entrar melhor na segunda parte, uma situação corrigida pelos estorilistas passados somente cinco minutos.

A partir daí, o jogo teve sentido único e parecia ser uma questão de tempo até os estorilistas se colocarem na frente do marcador, algo que veio a acontecer à passagem do minuto 63, após a cobrança de um livre de Evandro, que colocou milimetricamente a bola em Luís Leal. O avançado não se fez rogado e atirou a contar colocando o Estoril na frente do marcador. Ao minuto 69, Sebá tirou quaisquer dúvidas que ainda pudesse haver quanto ao destino dos pontos em jogo.

Pedro Martins ainda mexeu na equipa para tentar dar outro rumo ao jogo, mas Danilo Dias e Artur já nada puderam fazer para inverter os acontecimentos, pelo que, até final, o Estoril foi controlando a partida - até porque jogou na quinta-feira e era altura de haver alguma poupança física -, mas sempre à espera de um erro que lhe permitisse o avolumar do resultado. Já os verde-rubros, não ganham em casa deste a primeira jornada, jogo em que bateram o Benfica por 2-1.