Indian Wells, Miami, Monte Carlo, Madrid, Roma, Canadá, Cincinnati e Paris. Não nos esquecemos de um. Porque isto era anteontem. A partir de ontem, são estes oito e Xangai. E pronto. Ficam os nove todos juntos. Todos os nove atuais torneios de ténis Masters 1000. E o que é que todos têm agora também em comum, nesta perspetiva enunciada nestas primeiras frases? A partir deste domingo, todos já foram ganhos pela dupla de pares Bob e Mike Bryan.

O torneio Masters 1000 de Xangai marcou mais este feito do melhor par de sempre do ténis. Só mesmo os norte-americanos Bryan para conseguirem superar o nível a que Roger Federer está a voltar e cuja presença na China marca também em resultados o novo fôlego do suíço. Mas, como dizem os ingleses, «first things first» e começa-se pelo que – mais uma vez – nunca tinha acontecido antes e os Bryan trataram de atingir: o Masters Dourado de Carreira.




Nunca antes, fosse em pares ou singulares, alguém tinha conseguido ganhar todos os torneios Masters que fazem parte do calendário do ano. O primeiro título em Xangai dos irmãos gémeos de 35 anos é o seu 31º em torneios Masters 1000 (incluindo as duas últimas edições de Hamburgo quando ainda era «1000», em 2007 e 2008) – e, também neste registo, ninguém, em singulares ou pares, tem tantos troféus desta categoria.

A lista das conquistas Masters 1000 de Bob e Mike Bryan:

Cincinnati: 5 troféus (2003, 2008, 2010, 2013 e 2014)
Madrid: 5 (2006, 2007, 2010, 2011 e 2013)
Canadá (Toronto): 4 (2002, 2006, 2010 e 2012)
Miami: 3 (2007, 2008 e 2014)
Monte Carlo: 3 (2007, 2011 e 2014)
Roma: 3 (2008, 2010 e 2013)
Paris: 3 (2005, 2007 e 2013)
Indian Wells: 2 (2013 e 2014)
*Hamburgo (já fora do atual calendário): 2 (2007 e 2008)
Xangai: 1 (2014)

À sexta tentativa em Xangai, o troféu chinês passará a estar nas salas dos Bryan como o 101º da carreira da dupla gémea após em 152 finais disputadas – o 100º título tinha sido o último US Open, em setembro.




Entre as várias marcas obtidas por esta dupla incomparável estão o Grand Slam de Carreira, em 2012 – ganhar os cinco torneios major
e o ouro olímpico (que só a dupla Todd Woodbridge e Mark Woodforde tinha obtido em 2000 – ou o décimo ano consecutivo que terminarão como a dupla nº1 do ranking.

Os recordes para bater ainda existem e alguns podem ser batidos já nos torneios grand slam do próximo ano, incluindo as 17 vitórias de John Newcombe em torneios de pares para cá e para lá da Era Open – com 16 triunfos conjuntos, Bob e Mike Bryan estão a um triunfo cada de estabelecer mais uma melhor marca de sempre.

No próximo ano logo se verá. Como acontece nestas alturas, os Bryan preferem desfrutar desta conquista. «É mais um grande marco atingido. Completar o Masters Dourado é fantástico» afirmou Bob em declarações reproduzidas pelo ATP Tour e assumindo que já podem pensar na reforma
: «Era a única coisa que nos faltava fazer. Podemos para hoje que já somos pessoas felizes.»

Mike mostrou isso mesmo nas redes sociais celebrando os gémeos a conquista do Masters 1000 de Xangai numa sessão de música com Andy Summers, o guitarrista da mítica banda inglesa The Police.

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A good day...got a trophy and then got to play the blues with Police guitar god, Andy Summers! @shanghairolexmasters #fyeah

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O dia foi tanto dos Bryan que só mesmo eles conseguem rivalizar com o outro melhor de sempre
nos singulares: Roger Federer. Com o triunfo em Xangai, o suíço já garantiu o segundo lugar no ranking ATP nesta segunda-feira e promete que a luta até final do ano com Novak Dkokovic para terminar como nº1 do mundo é uma coisa a sério – bem a sério.

Federer colocou Nole em sentido quando lhe ganhou nas meias-finais deste sábado assegurando a sua 39ª final de um Masters 1000. Neste domingo, ganhou o 23º troféu desta categoria. O recordista absoluto de Masters 1000 é, no entanto, Rafael Nadal, o agora nº3 do mundo – mas isto em singulares; pois, como já dissemos, em absoluto, absoluto, o recorde está nos pares, com os irmãos Bob e Mike Bryan.