Benni McCarthy estava inicialmente nomeado para melhor jogador africano do ano, numa triagem efectuada pelaa Confederação Africana de Futebol, mas não foi eleito para fazer parte do grupo de três finalistas que discutirão o troféu numa votação levada a cabo junto dos treinadores das 52 selecções africanas.
O avançado portista terá ficado em quarto lugar nessa votação, diz a imprensa, sendo por isso excluído da final juntamente com o monegasco Adebayor, do Togo. O troféu será disputado por camoronês Eto¿o (Barcelona), pelo costa-marfinense Drogba (Chelsea) e pelo nigeriano Okocha (Bolton).
Ora esta exclusão de McCarthy está a lançar a revolta África do Sul, tendo já saído a público, por exemplo, Kaizer Motaung, o treinador dos Kaizer Chiefs, um dos clubes mais importantes do país. «É no mínimo chocante que um jogador do calibre de McCarthy não faça parte da lista de três finalistas», referiu o técnico numa coluna de opinião no site oficial do Kaizer Chiefs.
Motaung foi ainda mais longe. «A pergunta que se coloca é o que terá McCarthy de fazer mais? Ele ganhou, pelo F.C. Porto, a Liga portuguesa, a Liga dos Campeões, a Supertaça portuguesa e a Taça Intercontinental. Em todas estas competições desempenhou um papel fundamental e marcou golos em momentos cruciais», recordou. «Acho que ele está a pagar o preço de ser um sul-africano. Não vejo outra razão que possa ter tornado impossível a sua presença na lista final de três jogadores».
Os jornais sul-africanos dão eco desta posição e explicam com números por que é que as palavras do treinador não têm nada a ver com uma teoria da conspiração. Desde a instituição deste prémio em 1970, dizem, nunca um jogador de nacionalidade sul-africana venceu este prémio. Mais: apenas uma vez um jogador da região sul da África conquistou a distinção, foi o zambabiano Kalusha Bwalya em 1988. Em todas as outras edições venceram jogadores do norte de África, sendo que os Camarões já venceram o prémio por oito vezes, a Nigéria por cinco e Marrocos com quatro.