Os sintomas de descontrolo emocional dos jogadores do Brasil nos jogos do Mundial-2014, com momentos de choro e até sinais de medo em relação a uma possível eliminação precoce da prova, têm vindo a provocar alguma estranheza.

Há quem considere que o trabalho psicológico não está a ser feito da melhor maneira. Sónia Román, primeira psicóloga de Neymar (era a responsável por essa área nas camadas jovens do Santos) mostrou-se muito crítica em relação às estratégias emocionais usadas por Scolari.

Em declarações ao site brasileiro «Gazeta Esportiva», apontou: «É claro que o Felipão precisa trabalhar o emocional dos meninos, e ele não entende nada disso. Que loucura é essa?», apontou Sónia, para depois comentar: «O trabalho dos psicólogos desportivos está sendo atropelado. Chega o Felipão e dá um vídeo motivacional mostrando desgraças... É um perigo. Não dá para entender. Quando alguém está muito motivado, o hino gritado e as palavras de ordem não servem como incentivo. Isso é uma aceleração física, do sistema nervoso, e não um fator motivacional. Existe uma distorção. Se você está com medo, como reagirá com um Paulinho batendo no seu peito e te acelerando?»

Neymar, na conferência de ontem, já tinha admitido: « É claro que existe a pressão de jogar um Mundial. Mas eu vou falar por mim: eu tiro de letra porque é um sonho. É algo que sempre busquei, desde criança, desde que vi o Ronaldo, com topete, fazer gol na final da Copa do Mundo. Eu disse: um dia quero ser igual esse cara. Não temos de ficar pensando em pressão. Estamos jogando no quintal de casa, a torcida é nossa e temos de estar felizes dentro de campo. Não podemos ficar pensando que se perdermos vamos estar mortos».