A entrada no último terço do campeonato trouxe também uma certeza que já era evidente para todos: o Sporting ficou fora da luta pelo título. Matematicamente falando, claro. Os leões estão com menos trinta pontos do que Benfica e F.C. Porto, sendo que faltam disputar apenas trinta pontos.

Ora como os dois rivais ainda se vão defrontar na penúltima jornada, e um deles pelo menos terá de pontuar, o Sporting sabe que é matematicamente impossível ser campeão. O Maisfutebol foi por isso olhar para a história de todas as edições do campeonato para tirar outra certeza: isto é inédito.

Europa mais longe: a grande confusão e as contas do Sporting

Nunca o Sporting entrou no último terço do campeonato afastado da luta pelo título. Nem sequer na célebre época de 64/65, quando ficou em quinto (a pior classificação de sempre) e bateu recordes negativos: nessa altura entrou no último terço a oito pontos do líder, e com dezasseis em disputa.

Os factos ajudam a tornar a época atual em algo de muito particular: cada vez é mais seguro que o Sporting vive a pior fase da sua vida centenária. Uma temporada que deixa nesta altura a equipa tão perto das provas europeias (sete pontos) como dos lugares de descida (os mesmo sete pontos).

As outras piores épocas à entrada do último terço:

66/67: refira-se que foi a época, à exceção da atual, claro, em que o Sporting entrou no último terço mais longe do líder: 13 pontos para o Benfica com 16 pontos em disputa. Curiosidade: foi também o ano de... um guarda-redes. Vítor Damas ganhou o lugar a Carvalho e tornou-se uma das maiores figuras do clube.

72/73: foi outra época semelhante, quando o Sporting começou o campeonato com quatro vitórias, depois Vítor Damas foi agredido por adeptos, Alvalade foi interditado por oito jogos devido a uma invasão de campo e a equipa entrou no último terço a 16 pontos do líder... com vinte para jogar.

2010/11: o ano horrível mais recente: foi a temporada que começou com Paulo Sérgio e acabou com Couceiro, ele que conseguiu deixar a equipa em terceiro lugar. Pelo meio, à entrada do último terço, o Sporting estava a 23 pontos do líder com 30 para disputar (a vitória já valia três pontos).

87/88: o Sporting entrou no último terço a 17 pontos do título e com 24 pontos para disputar: a época do excêntrico Jorge Gonçalves começou com cinco empates nos primeiros oito jogos e nunca se endireitou. A meio o presidente anunciou Rijkaard para a época seguinte. Foi o que se soube...

63/64: um ano que ficará para a história por ter representado a conquista do único título europeu do Sporting. No campeonato, porém, as coisas correram piores: a equipa terminou em terceiro, a doze pontos do título, depois de ter entrado no último terço a sete pontos do líder e com 16 em disputa.

09/10: foi o ano da despedida de Paulo Bento, ele que conseguira três segundos lugares seguidos. Saiu à nona jornada para dar lugar a Carlos Carvalhal, o Sporting entraria no último terço a dez pontos do líder com vinte para disputar (menos dez pontos, portanto). No fim ficou em quarto lugar.

80/81: tal como no ano de Carvalhal, foi uma época em que o Sporting entrou no último terço a dez pontos do líder. Foi um ano de transição e para esquecer: João Rocha já tinha as bodas de diamante em mente e aproveitou para fazer uma limpeza de balneário. Na época seguinte fez a dobradinha.