Oguchi Onyewu está com a seleção norte-americana, que inicia a qualificação para o Mundial 2014 neste fim de semana. O central do Sporting tirou um momento para abordar vários temas da carreira, entre eles o último episódio: a época em Alvalade. Onyewu admitiu que a temporada «ficou aquém», mas devido ao valor que havia na equipa, na qual crê que foi um «fator grande». De resto, abriu um pouco a porta do mundo em que vive e revelou uma curiosidade: fora de campo, nem lhe falem de futebol.
«No ano passado, quando vi que o Sporting estava interessado em mim, agarrei a oportunidade, em particular porque queria jogar de forma regular, num bom clube», começou por dizer, em entrevista ao blog Goal, do New York Times.
«O clube acabava de ter uma nova direção e acreditei no projeto que tinha, e, nesta época ¿ não sei se tenho os números certos, mas creio que houve 17 reforços ¿ houve muitas caras novas e eu queria fazer parte de algo novo e entusiasmante, o que aconteceu», continuou o defesa-central. «Mas, para dizer a verdade, acho que ficámos aquém», admitiu.
O repórter insistiu: mesmo com a ida às meias-finais da Liga Europa? Onyewu explica o raciocínio.: «Creio que ficámos aquém no que respeita ao nosso valor, mas, ao mesmo tempo, éramos uma equipa nova, por isso, estou ansioso pela próxima época e pelas possibilidades que aí vêm. Obviamente, fui um grande fator na equipa, marquei alguns golos e tive boas exibições. Por isso, sem dúvida, estou entusiasmado com a minha situação e desejoso para que continue.»
«Futebol é o que faço, mas não é o que sou»
Onyewu ainda pretende jogar o Mundial 2014, que seria o terceiro na carreira. Os Estados Unidos são treinador por Jurgen Klinsmann e o central do Sporting ri quando lhe perguntam quem fala mais línguas: ele ou o treinador germânico, já que ambos trabalharam em variadíssimos países? «Acho que, neste momento, sou eu. Francês, Italiano, Português. E também falo um pouco de Inglês.»
Oguchy Onyewu entrou depois no lado mais pessoal, como por exemplo o que costuma fazer nos tempos livres. «Como não sou casado neste momento, vivo sozinho, mas estou em contacto constante com a minha família», revelou o norte-americano. «Todos vieram visitar-me quando puderam», acrescentou.
Fora de campo, Onyewu só não gosta que lhe falem de bola. O americano confessa: «Para ser sincero, adoro futebol, mas digo sempre isto, quando me fazem essa pergunta: "Futebol é o que faço, mas não é o que sou." Portanto, assim que o treino ou o jogo acaba, a minha mente desliga-se de futebol, porque, de outro modo, dava em doido.»
Então, que prefere fazer Onyewu quando não está em Alcochete, Alvalade ou noutro qualquer relvado do país? «Tenho vida privada e prefiro interagir com as pessoas, sobretudo os amigos. Apesar de adorarem futebol, sabem que não podem falar disso comigo. É o que lhes digo: «Adoro a modalidade, mas não me falem nela. Falem de outra coisa qualquer! Sou muito mais do que isso. Sou um homem de família. Adoro música e estou a aprender piano. Adoro crianças e vou criar uma entidade de cariz social para elas. Há muitos fatores na minha pessoa e, sim, o futebol faz parte. Mas não é a única parte.»
A anedota da família
Sobre a família, Onyewu fala pouco. Mas ri-se quando lhe dizem que os irmãos têm «carreiras reais», ou seja, não são atletas. «É hilariante que se diga isso. Não falo da minha família publicamente, mas posso contar isto. Sou o quarto de cinco irmãos. E, sim, sou o atleta. Apesar de ter uma grande carreira e estilo de vida sou a anedota da família. Pronto, eu chuto uma bola. A minha irmã é médica, o meu irmão é doutorado, a minha outra irmã é licenciada em Matemática e Engenharia e o meu irmão também é engenheiro.»
Deve ser por isso que Onyewu admite que, depois do futebol, provavelmente vai continuar os estudos.