Se há um ano o Sporting tinha uma grave problema na marcação de grandes penalidades, esta temporada a crise nas bolas paradas transferiu-se para os pontapés de canto. Em 129 cantos, os leões marcaram apenas um golo na primeira jornada [marcado por Tonel]. Paulo Bento garante a ineficácia não resulta da falta de treino.
«Os aspectos de bola parada, sejam cantos, livres laterais ou frontais, tudo o que está inserido num esquema táctico, é alvo de treino. Fazemo-lo semanalmente, mas a verdade é que a eficácia é extremamente reduzida e em termos de concretização quase nula», comentou.
Um bom exemplo foi o jogo na Trofa em que o Sporting não foi além de um nulo apesar de ter beneficiado de mais de uma dezena de cantos. «Se tivermos como exemplo o jogo da Trofa, onde tivemos muitos cantos, não deixámos de ter uma bola na barra e um golo anulado. Depende de vários factores, da movimentação, da execução, mas também da organização da outra equipa», acrescentou.
Paulo Bento defende que a equipa tem capacidade para criar esses lances, mas lamenta que o plantel não tenha depois estrutura que os permita transformar em golo. «O que não invalidada que sejamos uma equipa forte nos esquemas tácticos em termos ofensivos, mas não somos uma equipa com estatura para tirar vantagem disso. Este conjunto de factores leva a que haja alguma ineficácia e, em alguns momentos, alguma infelicidade porque já criámos situações de perigo através de lances de bola parada», referiu.
Quanto ao seu futuro à frente da equipa técnica, depois da saída de Soares Franco, o treinador garante que não tem nada a acrescentar. «Se formos falar nesse tema todas as semanas, não vamos ter nada de novo. A única coisa que tenho muito clara é que até ao final do contracto vou manter aquilo que tenho feito até aqui. A questão da seriedade, do profissionalismo, a questão de querer rentabilizar a equipa, os jogadores e, acima de tudo, a ambição de querer conquistar o máximo pelo Sporting. Não perdemos a ambição de chegar ao título apesar de saber que, neste momento, estamos mais pressionados», comentou.
Uma pressão que o treinador diz ser totalmente merecida. «Merecemos estar pressionados porque fomos nós que nos colocámos nesta situação e somos nós que temos de sair dela», destacou.