O Maisfutebol desafiou os jogadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. É isso que farão daqui para a frente:

Conheça melhor o projeto

«O meu nome é Pedro Rocha mas sou mais conhecido por Pedrinho. Tenho 27 anos e sou defesa direito do F.C. Lorient (França).

Nasci em Vila do Conde e comecei a jogar futebol no Varzim S.C. . Aos 18 anos assinei contrato profissional e estreei-me na primeira equipa.

Em 2007 fui contratado pela Académica de Coimbra (AAC), mas apenas me mudei em Janeiro de 2008. Passadas três épocas e meia assinei contrato com o FC Lorient, clube que represento neste momento.

Não jogo em Portugal porque tive a oportunidade de vir jogar para um campeonato mais competitivo e para um projeto ambicioso. Também não posso negligenciar o fator financeiro, visto que o futebol em Portugal já teve melhores dias.

A cidade de Lorient é uma pequena localidade situada na Bretanha. É bonita, agradável e acolhedora, tem porto de mar e situa-se junto à costa, fazendo lembrar-me as minhas origens. O pior é o clima, dado que chove bastante e faz muito mais frio do que em Portugal!

Sobre o clube que represento, posso dizer que é um clube que tem vindo a crescer em França e é conhecido pela componente técnica do seu futebol. Um jogo de posse, de pé para pé, é uma equipa que tenta jogar bom futebol.

O estádio tem capacidade para 18 mil lugares e relva sintética. Isto favorece o tipo de jogo mais rápido e de passes que o treinador (a cumprir a decima época no clube!) exige.

O FC Lorient tem vendido muitos e bons jogadores nos últimos anos! Laurent Koscielny, Seydou Keita, André-Pierre Gignac, Christophe Jallet, Kevin Gameiro, Morgan Amalfitano, Jérémy Morel e Arnold Mvuemba, entre outros, saíram daqui para clubes grandes! É um clube que vende com bastante facilidade.

O campeonato francês é competitivo e mediático. O futebol praticado em França é mais físico do que em Portugal. Existem muitos clubes que têm como principal característica a componente física dos seus jogadores, sendo muitas vezes um futebol pouco atrativo e muito combativo.

Por outro lado há também bastante qualidade individual, com jogadores acima da média e que não são para todas as carteiras, visto haver orçamentos muito acima dos três grandes de Portugal, mostrando o poderio financeiro da Ligue 1.

Normalmente não há estágios e as deslocações para os jogos fora são feitas no próprio dia, de avião particular. Relativamente ao público, os estádios têm uma boa média de espectadores (FC Lorient: 16 mil pessoas). Os adeptos gostam dos clubes da sua cidade, apesar de terem um carinho especial por uma das equipas denominadas grandes.

Quero agradecer ao Maisfutebol, mais propriamente ao jornalista Vítor Hugo Alvarenga pelo convite para contribuir nesta rubrica. Penso que esta iniciativa é importante não só para os leitores seguirem o percurso futebolístico de um jogador emigrante, mas também mostrar o lado pessoal e o ponto de vista de um jogador de futebol.

Obrigado!

Pedrinho»