São estas duas das principais conclusões do estudo divulgado pela Optimize Investment Partners, que avaliou os riscos de falência a partir dos «Credit Default Swaps» (CDS), ou seja, os instrumentos financeiros que permitem comprar um seguro contra a falência de uma empresa.
«No caso de uma empresa estar na impossibilidade de reembolsar uma dívida emitida por ela (obrigações), o vendedor de um CDS compromete-se a reembolsar o comprador desse CDS. Por isso, quanto mais elevado é o risco de falência de um banco, mais alta é a cotação dos CDS para esse banco», explica a Optimize em comunicado.
No «ranking» dos bancos europeus, o Banco Popular apresenta uma cotação de 313, valor apenas superado por um outro espanhol, o Banco Pastor, que registou 569. Segue-se o Bankinter (282), o UBS (268), o Barclays (250) e o Deutsche Bank (165).
CGD «nos melhores níveis mundiais»
As primeiras instituições nacionais a figurarem na lista são o BES (com 122) e o BCP (120). O Santander surge logo a seguir com 112 e a Caixa Geral de Depósitos, com 95, ou seja, «nos melhores níveis mundiais».
A Optimize conclui que, apesar da pequena dimensão, as instituições financeiras nacionais «beneficiam de estruturas de negócios, em grande parte viradas para uma clientela de retalho». Por isso mesmo, o cenário contempla uma «relativa estabilidade dos seus recursos», ou seja ao nível das contas correntes e depósitos a prazo da clientela particular, e numa «carteira de activos mais tradicional».
Crise pode afectar outros agentes europeus antes de chegar a Portugal
O estudo conclui ainda que os bancos portugueses estão «pouco expostos às perturbações dos mercados», mas há um aviso: «O mais provável será outros actores europeus serem atingidos antes das dificuldades chegarem às nossas portas».
«Mas no caso de um agravamento de uma crise, ninguém está totalmente imune, mesmo os próprios Estados», conclui a Optimize.
Já ao nível dos grandes bancos mundiais, os mais enfraquecidos segundo esta análise são os de investimento: a Morgan Stanley (1022), a Goldman Sachs (427) e a Merril Lynch (411) surgem nas primeiras posições. Seguem a Wachovia (391) e o Citigroup (302).
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