A Direção-Geral de Saúde admite que existiu duplicação de casos confirmados de covid-19 no relatório de segunda-feira, 30 de março, mas garante que o processo foi corrigido, embora possa ainda ter falhas.

«Houve uma tentativa de dar o maior número possível de dados. Houve uma confluência dos dados regionais e dos dados SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica). Houve duplicação de dados no dia de ontem e já foram corrigidos», começou por dizer Diogo Cruz, Subdiretor Geral de Saúde, acrescentando depois que o boletim vai passar a ter apenas os dados SINAVE, o que pode implicar algumas falhas.

«Um clínico, cada vez que tem uma suspeita de uma doença destas (de declaração obrigatória), tem de notificar. Nós recebemos essa notificação, e as administrações locais e regionais também, para que façam a sua atuação. Vou dar um exemplo extremo: se alguém achar que tem um doente com ébola, faz a notificação no SINAVE e isso produz automaticamente um alerta. Este sistema não avalia a evolução clínica dos doentes. Só depois, após confirmação laboratorial, é que validamos ou não o caso. Este sistema pode ter a informação da origem do doente, mas pode haver aqui algumas discrepâncias. Sobretudo nos principais aglomerados urbanos», acrescentou.