Para quem gosta de futebol, o golo de Rui Costa ao Brescia foi daqueles momentos que valem uma temporada. E foi a melhor prova de que a renovação com o Milan até 2007 está longe de ser um acto sentimental por parte dos «rossoneri».
No início da época, o adeus à Selecção e a prolongada permanência no banco, por força de um talento enorme chamado Kaká e da mudança táctica decidida por Ancelotti, criou a ideia de que o caminho a partir de agora seria sempre a descer. Daí a pensar-se num inevitável regresso à Luz, para uma espécie de pré-reforma dourada, foi um passo. Em falso.
Na semana em que completou 33 anos (vivendo nesse dia o maior susto da sua vida, com a aterragem de emergência em família), o melhor 10 da história do futebol português caprichou em mostrar um inconfundível sinal de vida e saúde. Não era preciso: quem tivesse visto os jogos do Milan com o Manchester United, para a Liga dos Campeões, já sabia que esta primavera tinha assinalado o regresso do melhor Rui Costa.
Que o seu futuro venha a cruzar-se novamente com o Benfica, é uma forte probabilidade, que não se esgota nos anos do B.I. ou nas funções de jogador. Mas isso é secundário. O que importa assinalar é que Rui Costa continua a ter muito futebol nas pernas e deve ainda, a todos os que o admiram, muitos momentos de magia. Como o de sábado.