Abel Xavier diz que irá «o mais longe possível» na tentativa de recorrer da suspensão de nove meses que lhe foi imposta pela UEFA, depois dos incidentes no Portugal-França da meia-final do Euro-2000. 

«Não tenho nada a perder, o que eu tinha a perder já perdi. Tenho a minha diginidade posta em causa», afirmou o internacional português ao Maisfutebol.  

Abel foi o único dos três jogadores portugueses castigados que não viu a sua pena reduzida, no primeiro recurso para a UEFA. O castigo de Nuno Gomes passou de oito para sete meses e o de Paulo Bento de seis para cinco. 

O advogado de Abel Xavier, Jean-Louis Dupont, que foi também o representante de Jean-Marc Bosman no caso judicial mais famoso de sempre do desporto, apresentou recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto. Abel ainda não tem conhecimento da entrada da documentação, mas diz que a estratégia combinada com o seu advogado passava pelo recurso a uma instância «imparcial». 

O tribunal em causa é uma instância com sede em Lausanne (Suíça), que foi criada para contornar a proibição da FIFA e da UEFA de resolver litígios em tribunal civil. É reconhecido por ambos os organismos e, em cada caso, integra um representante de ambas as partes. 

Abel recorda que o Everton, o seu actual clube, está de acordo com a contestação à decisão da UEFA. Um dos argumentos do jogador é precisamente o de que a suspensão do jogador de todas as competições internacionais prejudica também o clube. 

O Everton não participa na próxima temporada em qualquer competição europeia, mas alega que Abel podia transferir-se para um clube que o faça. 

«Eu sinto-me bem aqui no Everton, mas sei de antemão que podia haver clubes interessados», diz Abel, sem especificar quais: «São clubes que jogam na Liga dos Campeões e na Taça UEFA.» 

Por enquanto, o jogador fica à espera da decisão do seu caso, enquanto se prepara para o arranque da Premier League, já este fim-de-semana. «Estou motivado para o início da Premier League. A realidade este ano é diferente, até porque houve várias contratações, uma vez que eles pensavam que eu não voltava. Mas estou preparado para dar o meu contributo, quando for chamado.»