Portugal voltou a empatar na preparação para o Mundial2018, desta feita frente à Bélgica, em Bruxelas, no mais exigente dos ensaios.

O nulo no Estádio Rei Balduíno não deixa saudades a quem viu, ainda que na perspetiva lusa se possa destacar a coesão defensiva e algumas transições bem desenhadas no final da primeira parte.

Com a devida distância comparativa, o jogo deste sábado foi pensado como ensaio para o duelo com a Espanha, e a verdade é que a Bélgica respeitou o guião com um «onze» muito ofensivo, a juntar De Bruyne, Carrasco, Mertens, Hazard e Lukaku.

A seleção comandada por Roberto Martínez assumiu cedo as despesas do jogo, mas a equipa das quinas também logo recordou que é nestes contextos que se sente mais confortável em termos defensivos.

Fernando Santos fez seis alterações no «onze», com Gonçalo Guedes como homem mais adiantado, a assinar o primeiro remate do jogo, ao minuto 6 (saiu por cima).

A Bélgica chegava com relativamente facilidade às imediações da área lusa, mas depois tinha dificuldades em criar situações de finalização. Pepe e José Fonte tiveram cortes importantes logo nos instantes iniciais, e só ao minuto 32 é que os diabos vermelhos assustaram verdadeiramente, com um remate de Yannick Ferreira-Carrasco que ainda iludiu alguns adeptos que gritaram golo.

Antes já Moutinho tinha testado a atenção de Courtois com um remate de longe (30m), método utilizado também posteriormente por Raphael Guerreiro (37m), mas nos minutos finais da primeira parte a equipa das quinas foi incisiva a explorar as dificuldades belgas na transição defensiva e andou perto do golo, sobretudo através dos remates de Bernardo Silva (42m) e Guedes (45m).

 Com quatro substituições logo ao intervalo, a Bélgica arrancou para uma segunda parte menos competente a gerir a posse de bola. O problema é que Portugal (que só fez a primeira substituição ao minuto 63), também perdeu acutilância a explorar as transições.

Beto ainda teve de brilhar em duas ocasiões, curiosamente para negar o golo a duas defesas (Vertonghen, ao minuto 55, e Meunier, aos 65), mas a etapa complementar teve ainda menos interesse do que a primeira, até porque o único apontamento luso, no plano ofensivo, foi uma jogada que terminou com um remate de Gelson para as nuvens.