A conferência de imprensa ia a meio quando um jornalista estrangeiro fez a pergunta habitual: quanto depende a seleção portuguesa de Cristiano Ronaldo?

Fernando Santos sorriu, olhou para o lado e atirou: «Pronto, já perdi. Tinhas razão. Vou ter de te pagar um café».

Os jornalistas estrangeiros ficaram sem perceber nada e Fernando Santos explicou que tinha apostado com Onofre Costa um café: o assessor de imprensa dizia que ia haver uma pergunta sobre a influência de Ronaldo, o selecionador dizia que não.

«Eu percebo a pergunta e respeito. Se nós temos o melhor do mundo, temos de depender dele. Todas as equipas dependem dos melhores jogadores. Também podiam perguntar ao selecionador do Uruguai se depende do Suarez e do Cavani.»

No entanto as perguntas sobre Ronaldo não ficaram por aqui. Outro jornalista perguntou se era importante ter um jogador que, além de ser o melhor do mundo, se empolga nas grandes decisões.

«A equipa é que se empolga. Se o Cristiano jogar sozinho vamos perder de certeza. Mesmo quando se marca três golos num jogo, tem de se ter o suporte da equipa para vencer», respondeu Fernando Santos.

«Se olharmos para o Uruguai, tem dois jogadores do At. Madrid que ganharam a Liga Europa, depois tem um do Inter, um da Juventus, na frente tem um do PSG e um do Barcelona. Ou seja, três jogadores que foram campeões dos seus países. Por isso espero que a minha equipa seja coletivamente mais forte do que o Uruguai, para depois o Cristiano Ronaldo poder ser decisivo. Mas é preciso no mínimo ser tão forte coletivamente como o Uruguai para ganhar.»