Escrevi o TEXTO ABAIXO no dia 16, depois de o FC Porto ter ganho no Dragão por 3-1 ao Bayern. Na altura, já achava o que acho agora. A diferença entre as duas equipas não estava refletido naquele resultado, da mesma forma que o 6-1 não é hoje a distância entre as duas equipas. Os alemães são inequivocamente superiores e confirmaram-no somando os dois resultados: o tal 7-4 de que fala Lopetegui. Três golos de diferença estão bem, entre talvez o maior favorito à taça e uma equipa tão jovem como a dos dragões. Claro que sem Danilo, Alex Sandro e Tello adivinhava-se que era ainda mais complicado e os primeiros golos - que sim, não se podem sofrer a este nível - acabaram por precipitar a derrocada. Foi como se toda a gente estivesse a ver o raio a cair-lhes em cima sem se conseguirem desviar. E isso explica tão grande diferença. Quando corre mal acaba por correr tudo mal. Mas não podemos, nem devemos, tirar uma vírgula à campanha séria e muito boa dos portistas na prova, nem ao feito que conseguiram há cinco dias no seu estádio. Porque, tudo somado, ainda faz todo o sentido.

[texto original, 16-05-2015, 00:09]

Chapeau
, FC Porto!

Os dragões fizeram uma exibição fantástica frente ao poderoso Bayern, esta quarta-feira, no Dragão. Merecem todas as ovações de pé que se possam imaginar.

Foi uma grande vitória coletiva, mas houve prestações individuais intensas e, obviamente, decisivas.

Jackson foi um segredo bem guardado para todos até à hora do jogo.

O mesmo Jackson foi implacável na quebra da transição sempre que Xabi Alonso fez o que se previa - chapeau para Lopetegui, claro! -: sempre que recuava para entre os centrais e, ali ou mais à frente, tentava organizar.

Novamente Jackson foi fundamental no 3-1, que deixou Boateng também mal na fotografia, depois de Xabi e Dante terem errado já tanto.

O melhor Quaresma dos últimos tempos voltou a estar no Dragão. Brahimi foi fantástico a espaços. 

Mas, sobretudo, houve um grande FC Porto no seu todo. Os dragões surpreenderam os alemães, que não esperavam tanto atrevimento, intensidade e também (acho) a presença do colombiano no onze.

Este triunfo, e basta olhar para as páginas dos jornais lá por fora, chocou a Europa. «Uma Liga dos Campeões de pernas para o ar», escreve-se um pouco por todo o lado.

Julen Lopetegui não pode estar eufórico, no entanto, depois deste 3-1. Não o mostrou, claro, nem o poderia fazer.

Do outro lado, está um adversário enorme, que vai jogar perante o seu público, e está a dois golos da qualificação. Dois golos para este Bayern, mesmo desfalcado, não são uma montanha para escalar. 

Infelizmente, o Dragão vai a Munique sem os laterais. Já não bastavam as dificuldades normais, ainda terá de lidar com essas ausências. Ricardo e Indi deverão tapar os flancos no Arena, uma vez que José Ángel não está inscrito.

O FC Porto garantiu um resultado que deixa acreditar (e devem fazê-lo!), mas se Lopetegui tiver outra na manga é bom que comece já a prepará-la.

Será difícil que Müller, Goetze, Thiago e Lewandowski, pelo menos, repitam esta exibição.

Mas voltemos, porque devemos, à primeira frase. Chapeau, FC Porto! Sem dúvida!

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no  TWITTER.