O sonho continua.

Assim mesmo, orgulhosamente isolada, a notícia mais relevante da noite merece um parágrafo só para ela. Num esforço heróico, a formação de Domingos garantiu uma vitória arrancada a ferros, mas muito elogiável, sobre o Arsenal, e com isso adiou para a última jornada a decisão do apuramento no Grupo H.

Registe-se e comente em tempo real no Maisfutebol!

É verdade que o sonho continua a ser utópico: é necessário vencer em Donnestk por quatro golos ou então conseguir um resultado superior ao Arsenal (que recebe o frágil Partizan). Mas, utópico ou não, o sonho continua. Matematicamente é possível. E esta capacidade bracarense em resistir é notável.

No fundo obriga-nos a um agradecimento particular, e a um acto de contrição. Aconteça o que acontecer em Donnetsk, há uma certeza: a carreira do Braga não envergonha ninguém. Não envergonha o clube, não envergonha a cidade e não envergonha o país. Quantos se atreviam a dizer isso após o jogo de Londres?

Elton, que por um dia justificou a aposta...

Naturalmente o estádio saiu em festa com o triunfo sobre um gigante, que esta noite foi menos grande. Dois golos nos dez minutos finais viraram as bancadas do avesso, elas que não se coibiram de assobiar uma mão-cheia de vezes. É natural: o Braga tinha tudo a perder e não parecia capaz de conseguir ganhar.

A primeira parte e boa metade da segunda foram aliás penosas. Muita precipitação da equipa de Domingos, passes falhados, uma dificuldade óbvia em criar situações de golo. Um cabeceamento de Moisés aos oito minutos e um remate de Luis Aguiar aos 61 minutos tinham sido os únicos gritos de revolta até então.

Confira a ficha de jogo

Depois entrou Elton e com ele mudou o jogo. O brasileiro que chegou como grande contratação, e que nunca justificou as expectativas criadas, fez uma abertura de trinta metros que isolou Matheus, o compatriota correu como um louco e à saída de Fabianski atirou para o primeiro golo. Num instante, tudo mudou.

... e Matheus, que justifica a aposta todos os dias

A partir daí instalou-se a festa no estádio, o Arsenal veio para a frente mas sem criar perigo, e confirmou-se o heroísmo da noite bracarense no segundo golo. Outra vez obra de Matheus: correu novamente como um louco, fintou um, fintou dois e atirou ao ângulo. O jogo não podia ter melhor fim: golaço!

Wenger: «Em dez jogos como o Braga, ganhamos nove

Pouco antes, curiosamente, Rodriguez tinha feito penalty sobre Vela que o árbitro não assinalou. A história linda do Sp. Braga também se escreve por linhas travessas. O que não tira brilho à capacidade de resistência bracarense. Porque é disso mesmo que tudo isto se trata: uma enorme capacidade de resistência.

Que leva o Arsenal para a última jornada obrigado a ganhar.