Alívio na pedreira. O Sp. Braga regressou à linhas das vitórias frente a um Rio Ave modesto, pouco corajoso, penoso até. Espera-se mais e melhor desta equipa de Nuno Espírito Santo. Fez um remate à baliza ao longo do encontro. Perdeu por 4-1 com naturalidade. Os arsenalistas ainda tremeram após frango de Beto mas venceram com inteira justiça.

O Sp. Braga abria novamente as portas do seu recinto após duas derrotas consecutivas, a última das quais naquele retângulo, com estrondo, frente ao Cluj. A ressaca do desaire na fase de grupos da Liga dos Campeões levou José Peseiro a mexer no seu onze.

O treinador arsenalista recuperou Douglão e Elderson, deixando apenas portugueses no meio-campo para a frente. No total, sete jogadores elegíveis para a seleção nacional, uma ótima notícia que importa salientar e repetir. Marcou quatro golos em selo luso, frente ao Rio Ave.

Curiosamente, a lógica da formação vila-condense é inversa. Nos últimos anos, afirmara-se como formador de produto nacional. Era igualmente uma equipa à imagem de Carlos Brito. De repente, uma inversão na estratégia, a aposta em Nuno Espírito Santo e vários jovens de outras proveniências.

Futebol pouco audaz no AXA

É cedo para avaliar o retorno desta linha de pensamento. De qualquer forma, importa salientar o futebol pouco audaz preparado pelo treinador para esta visita ao Estádio AXA. Aliás, o primeiro remate à baliza surgiu apenas na etapa complementar. Ironia das ironias, resultou em golo.

Beto deu um frango do outro mundo, uma nódoa tremenda num currículo de respeito que mereceu absolvição imediata por parte dos adeptos arsenalistas. Com 52 minutos de jogo, o Rio Ave logrou anular a desvantagem, após um tento de Éder em cima do intervalo.

O Sp. Braga entrara em jogo com bons níveis de intensidade. Porém, foi caindo progressivamente e ameaçou mesmo chegar à mesma espiral de desespero do jogo europeu. Já perto do interregno, num lance confuso, a formação arsenalista inaugurou a contagem.

Desfazer o nulo às três tabelas

Hélder Barbosa recebeu na esquerda e levantou. Salino cabeceou, Nivaldo desviou contra Oblak. Elderson recuperou (vila-condenses reclamam mão do lateral) e tocou para Micael, que falhou o desvio. A bola veio para trás e Éder acabou por rematar por entre a muralha defensiva do Rio Ave.

Justo prémio para Éder, o sucessor de Lima que vinha a acumular exibições com muito suor mas sem golos. Quando José Peseiro pensava que o pior tinha passado, um livre aparentemente inofensivo baralhou as contas.

Edimar, o mesmo que marcara ao Sporting, disparou de livre e viu Beto deixar passar a bola por entre os seus braços. Momento de terror para o internacional português. O Rio Ave até cresceu após o golo fortuito. Ainda assim, foi curto.

Resposta com serventia de Micael

Ao minuto 64, já com Mossoró no lugar do pouco inspirado Hugo Viana, Ruben Micael cruzou de pé esquerdo e Ruben Amorim, qual ponta-de-lança, cabeceou com estilo para o fundo das redes. Vantagem justa para a equipa mais ambiciosa no terreno de jogo.

O terceiro golo surgiu com naturalidade. Ruben Micael, assumindo-se como maestro, fez a segunda assistência da partida, desta vez para Éder. Bis para o avançado.

Faltava Bruno Paixão. O juíz assinalou, e bem, um castigo máximo por carga de Nivaldo sobre Mossoró. Contudo, mostrou o vermelho ao central brasileiro, uma pena demasiado pesada para o lance em questão. Custódio fez o 4-1. O Rio Ave caiu por terra.